sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

«PISAGUA»


Magnífico veleiro alemão com quatro mastros aparelhados em barca. Foi construído em Geestemünd (Hamburgo), no estaleiro da firma JC Tecklenborg, que o lançou à água em 23 de Setembro de 1892. Fez parte da prestigiosa frota do armador F. Laeisz até 1912, frequentando paragens tão longínquas como o Chile, a Índia, a América do norte, o Japão ou a Austrália; lugares onde este navio se distinguiu pela sua elegância e pela sua velocidade. A 12 de Março de 1992, no canal da Mancha, o «Pisagua» viu-se envolvido numa colisão com o vapor britânico «Oceana», da companhia P. & O., que lhe ocasionou prejuízos substanciais. O acidente (que provocou 9 mortos no navio de passageiros inglês) deu origem a um processo judicial. Os juízes encarregados de julgar o caso, reconheceram ter o vapor «Oceana» e o seu capitão violado um dos princípios do direito marítimo internacional, que concedia a prioridade de passagem ao veleiro alemão. Reparada num estaleiro naval de Dover, a barca alemã acabou por ser vendida, nesse mesmo ano, ao armador norueguês A/S Örnen; que, por sua vez, o alugou à sociedade (também ela norueguesa) L. Sören, que mandou o navio para as ilhas subantárcticas das Shetland do Sul, onde esta firma se dedicava à caça de baleias e de outros cetáceos. Foi nessas inóspitas paragens que -em data de 13 de Fevereiro de 1913- o navio encalhou desastrosamente e se perdeu. O «Pisagua» era um navio com 2 902 toneladas de arqueação bruta, que media 113 metros de comprimento fora a fora por 13,58 metros de boca. O mais altaneiro dos seus mastros elevava-se a 52,50 metros de altura (a contar da linha de água) e suportava, com os demais, 3 500 m2 de superfície vélica. Curiosidade : o «Pisagua» deve o seu nome a um porto homónimo do norte do Chile, que foi, durante todo o século XIX, um grande exportador de nitratos. E que foi, por essa razão, muito frequentado pelos navios europeus (mas não só) do tempo.

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