quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

«GIULIO CESARE»


O couraçado «Giulio Cesare» foi um dos três navios da classe 'Conte di Cavour', lançados à água no início da segunda década do século XX. Foi construído no estaleiro Ansaldo, de Sestri Ponente (Génova), e integrou a lista dos navios da armada italiana no dia 14 de Maio de 1914. A sua acção durante a Grande Guerra foi mínima, resumindo-se a duas missões realizadas no Mediterrâneo, durante as quais não chegou a conhecer o baptismo de fogo. No período de entre duas guerras o «Giulio Cesare» e a sua guarnição ocuparam Corfú, na sequência do incidente diplomático italo-greco de Ioannina, cumpriu várias missões diplomáticas, visitando Istambul e alguns outros portos do Império Otomano e serviu como navio-escola. Nos anos 30, o navio estava tecnicamente ultrapassado, de modo que recolheu ao estaleiro genovês Cantiere del Tirreno para aí se submeter (entre 1933 e 1937) a uma modernização profunda, que lhe alterou a silhueta, mas também o sistema de propulsão e o armamento. Na sua nova configuração, o «Giulio Cesare» passou a deslocar 29 000 toneladas em plena carga e a medir 186,40 metros de comprimento por 28 metros de boca. O seu sistema propulsivo, dotado de novas máquinas, passou a desenvolver uma potência de 93 000 cv, força que lhe permitia navegar à velocidade máxima de 28 nós e lhe autorizava uma autonomia de 12 000 km, com andamento reduzido a 13 nós. Do seu armamento principal sobressaiam 10 canhões de 320 mm, 12 de 120 mm, 8 peças antiaéreas de 100 mm e 12 de 37 mm. O casco do «Giulio Cesare» dispunha de uma couraça envolvente de 254 mm, os reparos de artilharia de 260 mm e o posto de comando de 280 mm. Este navio, que tinha uma guarnição de 1 235 homens, participou activamente nos combates da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente nas operações de apoio à invasão da Albânia, na batalha de Punta Stilo (da qual saíu danificado por um obus de 381 mm disparado do HMS «Warspite»), no assédio à ilha de Malta, na batalha do golfo de Sirta, etc. No total, o navio cumpriu (entre Junho de 1940 e Setembro de 1943) 38 missões de guerra e percorreu cerca de 17 000 milhas náuticas. Aquando da queda do 'duce' e da reviravolta políca operada em Itália, o navio refugiou-se (com a autorização dos Aliados) em Malta e, posteriormente, no porto de Tarento, onde ficou inactivo até ao fim da guerra. Depois do armistício, este couraçado foi entregue à armada soviética a título de indemnizações de guerra. Foi repabtizado (na URSS) com o novo nome de «Novorossiysk» e encaminhado para a frota do mar Negro. Serviu aí até 1955, ano em que foi afundado por uma mina na baía de Sebastopol.

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