sábado, 17 de dezembro de 2011

«COLONIAL»


Lançado à água no dia 3 de Maio de 1908, este navio (de carga e passageiros) foi construído nos estaleiros Germania (da Krupp) em Kiel, por encomenda da companhia HAPAG, de Hamburgo. Navegou, entre essa data e 1919, com bandeira alemã e com o nome de «Ypiranga». Foi utilizado pelo seu armador na linha do México, tendo sido protagonista de um transporte de armas destinado ao presidente Huerta; facto que originou um incidente com as autoridades norte-americanas que, por essa época (1914), ocupavam o porto de Vera Cruz e chegaram a arrestá-lo, em virtude da existência de um embargo sobre o tráfico de tal mercadoria. Em 1919, depois da assinatura do Tratado de Versalhes, o navio foi entregue à Grã-Bretanha como parte da indemnização de guerra devida pela Alemanha a esse país. O navio passou, desde logo, a operar sob as cores da White Star Line na operação que devolveu à Austrália os combatentes da ilha-continente que se bateram durante a Grande Guerra. Desactivada entre 1920 e1921, o navio acabou por ser adquirido pela Anchor Line, que o restaurou e lhe deu o novo nome de «Assyria». Colocado na linha de Nova Iorque, este navio também fez, até 1929, a carreira da Índia; território onde se encontrava quando foi adquirido pela Companhia Colonial de Navegação, que lhe deu a bandeira portuguesa e o nome pelo qual é mais conhecido. O «Colonial» foi remetido para a carreira de África (Angola e Moçambique, principalmente), fazendo viagens ocasionais até à longínqua Timor. Em meados de 1939, foi a bordo do «Colonial» que o presidente da república, o então general Óscar Fragoso Carmona, empreendeu uma viagem oficial à África portuguesa e à África do Sul; viagem que culminou com o regresso a Lisboa a 12 de Setembro desse mesmo ano. Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, o «Colonial» teve ocasião de partilhar a linha de África com viagens ao Brasil. Julgado obsoleto pela C.C.N., o navio foi vendido à firma britânica British Iron & Steel (Setembro de 1950), que o mandou para um dos seus estaleiro de desmantelamento nesse mesmo ano. O «Colonial» era um navio com 8 103 toneladas de arqueação bruta, que media 138,20 metros de comprimento por 16,76 metros e boca. Movia-se graças a 2 máquinas a vapor de quádrupla expansão (4 800 cv) e a 2 hélices. A sua velocidade máxima ultrapassava os 13 nós. O navio funcionava com uma tripulação permanente de 136 membros e podia receber a bordo 1 311 passageiros distribuídos por três classes distintas. Curiosidade : tinha um ‘sister ship’, o «Corcovado», também ele adquirido pela C. C. N., no seio da qual operou com o nome de «Mousinho».

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