sexta-feira, 16 de julho de 2010

«NUESTRA SEÑORA DE LAS ANGUSTIAS Y SAN JOSÉ»


Este galeão foi um dos muitos navios espanhóis utilizados na transferência das riquezas do Novo Mundo para o reino de Espanha. Dele não sabemos grande coisa, além das circunstâncias que levaram à sua perda, ocorrida em Fevereiro de 1727 nos Açores, mais precisamente ao largo da Ribeira do Loureiro, na ilha das Flores. Sob o mando do capitão Juan Hernandez Arnal, o «Angustias» -que fazia parte da frota do tenente-general don António Castañeda- zarpou do porto de Havana (Cuba) com um carregamento de ouro e prata proveniente das minas de Potosi (na Bolívia dos nossos dias) e do México. O navio -armado, para fazer face à eventualidade de um indesejado encontro com piratas- tinha uma guarnição de 180 homens. Devido a uma tremenda tempestade, que lhe causou avarias importantes, o galeão desgarrou-se da esquadra logo no estreito da Florida, e sofreu dos efeitos do temporal na sua navegação até ao mar dos Açores, onde chegou com fendas importantes no cavername e só com uma das velas que vestia o mastro grande. Para tentar evitar um previsível naufrágio, a tripulação lançou pela borda fora todos os objectos pesados que o navio carregava : peças de artilharia e respectivas munições, âncoras, etc. Diante da ilha das Flores, um piloto do porto das Lajes foi em auxílio do navio espanhol e conseguiu trazê-lo até às imediações da vila. Mas o facto do «Nuestra Señora de las Angustias y San José» já não dispor de âncoras impediu o galeão de se fixar junto ao porto português. O temporal fê-lo derivar para o largo, onde se perdeu irremediavelmente.

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