segunda-feira, 19 de julho de 2010

«HILARY»


Navio de bandeira britânica construído em 1931, nos estaleiros Cammell Laird (de Birkenhead), para a casa armadora Booth Steamship Company, mais conhecida pelo nome de Booth Line. O «Hilary» era um navio de utilidade mista, concebido para o transporte de frete e de passageiros (330 distribuídos por duas classes). Media 135 metros de comprimento 16 metros de boca e deslocava um pouco mais de 7 400 tb. A sua velocidade de cruzeiro atingia os 14 nós. Substituiu o velho «Hildebrand» na linha emblemática da companhia, que partia de Liverpool e terminava em Manaus, depois de ter efectuado escalas em Lisboa, Funchal e Belém do Pará. Parte da mercadoria que o «Hilary» transportava destinava-se aos portos fluviais de Letícia (Colômbia) e Iquitos (Peru), de modo que a dita era transbordada, na capital do Amazonas, para embarcações ligeiras da própria Booth, que a levavam até ao seu destino definitivo. O «Hilary» foi requisitado (em 1940) pela autoridade militar e transformado, num primeiro tempo, em cruzador-auxiliar da ‘Royal Navy’. Operou no Atlântico norte, serviu de navio-almirante a ‘sir’ Philip Vian, aquando dos desembarques aliados na Sicília e em Ânzio (em 1943) e transportou tropas para o porto artificial de Arromanches, na sequência do Dia D. Desmobilizado depois da assinatura do armistício, o «Hilary» foi alvo de trabalhos de beneficiação e voltou à sua actividade normal. Passou, nessa época, a usar pintura branca no casco e super-estruturas, o que lhe deu um ar mais moderno. A partir de 1956 a sua rota foi alterada e o «Hilary» passou a incluir uma escala em Leixões e a demandar portos das Caraíbas : Port of Spain e Trindade e Tobago. Depois foi fretado a uma firma que o colocou na linha da África ocidental. Ainda voltou à América do sul (depois do soçobro, perto de Cascais) do navio que o havia substituído nessa rota. Em 1959, atingido pelo limite de idade, o «Hilary» foi vendido a um sucateiro escocês e demolido. O «Hilary» fora um dos três navios da frota da Boot Line (que, então, compreendia uma dezena de unidades) a sobreviver à 2ª Guerra Mundial.

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