quarta-feira, 27 de junho de 2012

«PRESIDENTE VARGAS»



Navio de passageiros de bandeira brasileira, que fez parte da famosa Frota Branca, outrora tão apreciada dos paraenses. O «Presidente Vargas» pertenceu à ENASA - Empresa de Navegação da Amazónia S.A. (ex-SNAPP) e ligava (transportando passageiros e carga) alguns portos da vasta bacia hidrográfica do Amazonas. Este pequeno paquete de vocação fluvial foi construído em 1953 num estaleiro dos Países Baixos (Haarlemsche Scheepswerven Maatschappi) e era a maior e mais elegante unidade da tal Frota Branca, que compreendia, igualmente, os navios «Lopo d’Almada», «Augusto Montenegro», «Leopoldo Peres» e «Lauro Sodré», todos eles construídos na Holanda. O «Presidente Vargas» apresentava 1 515 toneladas de arqueação bruta, media 80,20 metros de comprimento por 11,30 metros de boca e podia atingir –graças às suas 2 máquinas diesel- a velocidade de 17 nós. Com uma capacidade (oficial) para 500 passageiros –distribuídos por três classes distintas- o «Vargas» era tido como muito confortável pelos seus utentes, que apreciavam, para além do conchego das suas acomodações, o seu sistema de ar condicionado e o ambiente social criado pelos passageiros que o frequentavam amiúde, ou episodicamente, nas suas viagens de lazer ou de negócios. Depois de 18 anos de bons serviços prestados às populações do Pará (mas não só), o «Presidente Vargas» afundou-se, surpreendentemente, por volta das 21 horas do dia 4 de Junho de 1972, pouco depois de ter largado amarras do cais de Soure, uma localidade da ilha do Marajó banhada pelas águas do rio Paracauary. Porto onde o «Vargas» havia desembarcado toda a sua lotação de passageiros. No naufrágio do prestigioso navio da ENASA não houve vítimas mortais. As causas do seu soçobro nunca foram esclarecidas, o que deu azo a rumores de afundamento premeditado por obscuras razões. Ainda foram feitos alguns estudos e tentativas para reemergir e recuperar o «Presidente Vargas», nomeadamente um apresentado por peritos vindos dos Estados Unidos. Mas o que é facto, é que o elegante navio amazónico ainda hoje jaz no fundo lamacento do Paracauary…

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