quinta-feira, 28 de junho de 2012

«MIKHAIL LERMONTOV»



Paquete soviético (depois russo) construído em 1970 nos estaleiros navais VEB Matthias -Thesen Werft, então a laborar em Wismar, na extinta República Democrática Alemã. A sua entrada no serviço activo -por conta da Companhia (estatizada) de Navegação do Báltico- teve lugar no dia 21 de Abril de 1972. O seu nome evocava a memória de Mikhail Lermontov (1814-1841), um literato conhecido pelo cognome de ‘Poeta do Cáucaso’. Este navio com 4 956 toneladas de arqueação bruta, media 175,55 metros de comprimento por 23,60 metros de boca. Era movido por 2 máquinas diesel e por 2 hélices, que lhe conferiam uma velocidade de 20 nós e uma autonomia de 8 000 milhas náuticas. Tinha uma tripulação de 347 membros e podia acolher 700 passageiros em serviço de cruzeiro. Utilizado, inicialmente, como transatlântico, na linha Leninegrado-Nova Iorque, o «Mikhail Lermontov» foi rapidamente convertido em navio de cruzeiros, actividade bastante mais rendosa para o seu armador. Em Fevereiro de 1986, o navio encontrava-se em águas da Nova Zelândia (ao serviço da agência de cruzeiros CTC), proporcionando uma viagem de recreio a um numeroso grupo de idosos, quase todos eles de nacionalidade australiana, quando, no dia 16, o «Mikhail Lermontov» se enfeixou nuns rochedos perto do cabo Jackson. Acidente que provocou uma via de água importante no casco do navio e ocasionou o seu irremediável afundamento. O soçobro do «Lermontov» (cuja navegação se encontrava, então, sob a responsabilidade de um piloto da barra local) ocorreu em muito pouco tempo; mas, apesar disso, foi possível resgatar –graças à rápida e oportuna chegada de vários navios ao local do sinistro- todos os passageiros e membros da tripulação. À excepção, todavia, de um marítimo russo. O navio jaz a 36 metros de profundidade e tornou-se num dos lugares de mergulho preferidos dos desportistas néo-zelandeses. Mas a prática dessa actividade não se faz sem riscos. Prova disso, são as três mortes já ocorridas nas entranhas do desafortunado paquete russo. Curiosidade : o «Mikhail Lermontov» pertencia à classe de navios dita ‘dos poetas’, por terem todos eles recebido os nomes de ilustres vates. Além do navio em apreço, que foi o último a ser construído, os gémeos chamam-se (ou chamaram-se) «Ivan Franko», «Alexandre Puchkine», «Chvchenko Taras» e «Rustaveli Chota».

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