sexta-feira, 29 de junho de 2012

«AMAZONAS»


Fragata mista (velas/vapor) da armada brasileira. Este navio foi construído pelo estaleiro inglês Thomas Wilson & Cº, de Birkenhead (Liverpool), lançado à água em Setembro de 1851 e incorporado na marinha imperial no dia 7 de Abril do ano seguinte. Foi o quarto navio da armada brasileira a ostentar o nome de «Amazonas», numa referência ao estado homónimo e ao portentoso rio que atravessa o país em toda a sua largura. Deslocava 1 800 toneladas e media 56,88 metros de comprimento por 9,80 metros de boca. A sua propulsão era assegurada pelo vento (o «Amazonas» estava mastreado como um brigue-barca) e por 1 máquina a vapor, gerando 350 cv de potência e acoplada a rodas laterais de paletas. Podia atingir a velocidade de 10 nós. Do seu armamento constavam 1 bateria de 4 canhões de calibre 32, mais 2 canhões (sobre rodado) de calibre 70 e algumas peças de menor importância. A sua guarnição era composta por 462 homens, dos quais 25 eram oficiais. A fragata «Amazonas» teve participação activa na Guerra do Paraguai, sendo até o navio-almirante da Força Naval Brasileira (superiormente chefiada por Francisco Manoel Barroso da Silva, barão do Amazonas) implicada nesse sangrento conflito. O navio e respectiva guarnição distinguiram-se no recontro naval de Corrientes e, sobretudo, na famosa e decisiva batalha de Riachuelo. Foi, aliás, deste navio que o almirante Barroso mandou transmitir (antes deste último combate) as suas famosas instruções aos homens colocados sob o seu mando : «O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever»; «atacar e destruir o inimigo o mais perto que puder»; e «sustentar o fogo, que a vitória é nossa». Depois de ter sido navio de instrução da Escola Prática de Artilharia e Torpedos, esta fragata ainda cumpriu uma missão no rio Amazonas, sendo o primeiro navio militar de grande porte a navegar no seu curso. Sobreviveu até 1893 -ano da Revolta da Armada- quando os marinheiros rebeldes provocaram o seu encalhe na ponta oeste da ilha das Enxadas. Em 1897, o navio foi voluntariamente destruído por uma mina, depois de se lhe terem retirado os mastros, a roda do leme, a figura de proa e outras relíquias.

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