quinta-feira, 7 de junho de 2012
«LUÍSA RIBAU»
Lugre-motor realizado em 1953 no estaleiro da industriosa família Mónica, da Gafanha da Nazaré. Conhecido por ter sido o último grande veleiro construído em Portugal para a chamada faina maior, o «Luísa Ribau» foi registado no porto de Aveiro em nome da Sociedade Gafanhense Lda, com sede em Ílhavo. Era um navio com casco em madeira e quatro mastros, apresentando 712,33 toneladas de arqueação bruta e medindo 50 metros de comprimento. Foi dotado com uma máquina auxiliar diesel. A sua primeira viagem aos Grandes Bancos da Terra Nova e da Groenlândia foi muito atribulada, já que -apanhado por ventos ciclónicos- o lugre viu a sua ponte de comando desfeita pela tempestade, facto que quase o deixou sem governo. Socorrido pelo navio-motor «Vila do Conde», do Porto, o «Luísa Ribau» foi conduzido a Saint John’s (Terra Nova), onde recebeu ajuda técnica. Na realidade, foi ali dotado com uma nova (e provisória) casa do leme, que lhe permitiu regressar ao porto de Aveiro sem mais incidentes. A grande satisfação dessa agitada viagem foi proporcionada pelas capturas -13 000 quintais de bacalhau frescal- que foram as maiores da campanha desse ano. O «Luísa Ribau» navegou durante vinte anos, cumprindo a sua actividade de bacalhoeiro sem outros incidentes dignos de registo. Perdeu-se em águas canadianas no dia 23 de Agosto de 1973, na sequência de um incêndio que se declarou a bordo e que não foi possível extinguir. Todos os seus tripulantes (marinheiros e pescadores) foram salvos por navios que operavam na mesma zona de trabalho.
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