quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
«STAR OF INDIA»
‘Clipper’ construído em 1863 na ilha de Man, pelo estaleiro Gibson, McDonald & Arnold, de Ramsey. O seu primitivo nome foi «Euterpe» e o seu primeiro armador foi a firma Wakefield Nash & Company. O «Star of Índia» tem casco de aço, três mastros (inicialmente aparelhados em galera), desloca 1 318 toneladas e mede 84,80 metros de comprimento fora a fora por 10,70 metros de boca. Classificado como navio de carga diversa, o veleiro abalroou ao largo da costa do País de Gales, no início da sua viagem inaugural (Liverpool-Calcutá), um brigue de bandeira espanhola, que causou danos no seu aparelho. A marujada rebelou-se, por achar que o seu trabalho se tornara mais difícil, e o «Euterpe» regressou ao porto de partida para efectuar reparações. Na sequência deste incidente (ocorrido em Janeiro de 1864), foram presos 17 membros da tripulação do veleiro. No ano seguinte, em 1865, quando o navio cruzava o golfo de Bengala, um violento temporal provocou tais estragos a bordo, que foi necessário cortar-lhe os mastros e conduzi-lo a Calcutá para o reparar das graves avarias sofridas. Nesse mesmo ano, para cúmulo do azar, William J. Storry, seu primeiro capitão, morreu a bordo do navio e recebeu a sepultura tradicional dos marinheiros : a profundeza do oceano. Depois destas primeiras viagens pouco auspiciosas, o veleiro foi vendido duas vezes : em 1971, a um negociante londrino de nome David Brown e, ainda nesse mesmo ano, aos armadores Shaw, Savill & Company, igualmente estabelecidos na capital britânica. A sua rota continuou a levá-lo aos portos do Indostão, mas também à Austrália e à Nova Zelândia, à Califórnia e ao Chile, para onde levou e de onde trouxe grande diversidade de mercadorias, além de muitos emigrantes. Em 1897, depois de já ter realizado 21 viagens completas à volta do mundo, o navio foi vendido a um rico havaiano e, em 1899, passou a fazer parte da frota da Pacific Colonial Company, sociedade sedeada em San Francisco, sendo registado nos Estados Unidos da América. Em 1901 mudou de mãos, mais uma vez, passando desde então a navegar sob as cores da Packers Alaska Association, também de Frisco, e a operar nas águas do mar de Bering. Assegurou viagens entre Oakland e Nushagak, levando -para as comunidades americanas do isolado Alasca- mantimentos, carvão e trabalhadores sazonais e trazendo do norte carregamentos de latas de conserva de salmão. Foi por essa altura que o navio mudou o seu nome para «Star of India» e passou a armar em barca, configuração que ainda hoje mantém. Destronado, como todos os seus outros congéneres, pelos navios a vapor, o antigo «Euterpe» acabou por ser vendido -em 1926- a uma sociedade zoológica da cidade de San Diego (Califórnia), que pretendia fazer do histórico navio a peça central do seu futuro museu. A Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial interromperam, temporariamente, esse projecto. Só em 1957, graças ao interesse do famoso Alan Villiers, se iniciaria o processo de recuperação do navio; cujos trabalhos de restauro se dariam por concluídos em 1976. O «Star of India» é, hoje, um navio que abriga exposições do Museu Marítimo de San Diego (a cidade de Cabrilho) e que acolhe, anualmente, muitos milhares de visitantes, entre os quais se contam mais de 6 000 crianças das escolas.
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