quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

«HENRIETTA MARIE»


Navio negreiro britânico de finais do século XVII. Tinha três mastros e deslocava 120 toneladas. A descoberta dos seus destroços em 1972, a 35 milhas de Key West (Florida), local onde se afundou no verão de 1700 -depois de ter entregue um lote de 190 cativos na Jamaica- permitiu obter informação preciosa sobre a sua derradeira viagem, sobre o famigerado comércio triangular de escravos e sobre a vida a bordo dos navios implicados no comércio infame de seres humanos. O achado (por Mel Fisher) e a recolha de objectos dos despojos do «Henrietta Marie» relançou (nos E.U.A., mas não só) discussões sobre o tema da transferência forçada de mão-de-obra africana para as Américas e deu origem a vários livros e exposições. Pensa-se que a tripulação do navio (que estava colocado sob as ordens de um capitão inglês de nome John Taylor) fosse jovem e internacional, compreendendo aventureiros de origem holandesa, espanhola portuguesa, italiana, dinamarquesa e até negro-africana. Este negreiro estava armado com várias peças de artilharia, necessários para defender o «Henrietta Marie» dos assaltos da pirataria do Atlântico, à qual não repugnava (à falta de ouro e de pimenta) apoderar-se da mercadoria humana, também ela valiosa e facilmente negociável nos mercados americanos.

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