segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
«KNOCK NEVIS»
Este super-petroleiro, com 564 763 toneladas de deslocamento, foi o mais pesado objecto móvel jamais construído pela mão do homem. Media (depois de ter recebido um acrescento de 81 metros, em 1980) 458,46 metros de longitude (comprimento superior ao do alinhamento de 4 campos de futebol) por 68,80 metros de boca e o seu calado era de 30 metros, ou seja o equivalente de um prédio de 8 andares; esta última das suas características impediu o «Knock Nevis» de cruzar o canal da Mancha, a via navegável mais frequentada da Europa. O navio foi construído no Japão, nos estaleiros da firma Sumitomo Heavy Industries, e começou a navegar em 1981, entre portos do golfo Pérsico e do golfo do México. Fora encomendado por um armador grego (M.P. Nomikos), que recusou recebê-lo, alegando que o «Knock Nevis» sofria de um grave defeito de concepção, que o fazia vibrar de maneira excessiva. Em 1979, o petroleiro foi adquirido por um armador chinês (de Hong Kong), que o mandou alongar e lhe deu o nome de «Seawise Giant». A 14 de Março de 1988 -durante a guerra entre o Irão e o Iraque- o navio foi alvejado, no porto de Ormuz, por bombardeiros da aviação iraquiana, o que lhe causou estragos importantes. Na sequência desse incidente, o navio foi reparado e convertido em estação de ‘stockagem’, em Aruba. Em 1989 foi comprado por uma companhia norueguesa, que -com os nomes sucessivos de «Happy Giant» e de «Jahre Viking»- o recolocou na rota dos golfos. O navio fez, então várias viagens, com escala ocasional no Havre-Antifer (França), o único porto da Europa capaz de o acolher. Em 2004, este gigante dos oceanos voltou a funcionar -desta vez em Al Shaheen, no Qatar- como reservatório de ramas exportáveis por conta da companhia Maersk Oil. O seu proprietário de então era o consórcio Fred Olsen Productions, que lhe devolveu o seu nome inicial de «Knock Nevis». Navio de todos os excessos, este super-petroleiro foi alvo de vários e curiosos estudos. Assim, sabe-se que, em plena carga, ele pesava cinco vezes mais do que um porta-aviões da classe ‘Nimitz’; que para o imobilizar completamente, quando ele navegava à sua velocidade máxima, eram necessários 10 km; que a sua hélice (9 metros de diâmetro) era tão alta como um edifício de 3 andares; que as suas cisternas cheias de carburante davam para abastecer o reservatório de um automóvel -à razão de 50 litros semanais- durante 260 000 anos ! Enfim, muitos recordes para uma exploração que se revelou deficitária, visto o número de viagens (relativamente poucas) efectuadas pelo titanesco navio. Em 2009 (quando arvorava pavilhão da Serra Leoa, um dos vários que usou), o descomunal ‘tanker’ foi vendido como sucata à sociedade indiana Priya Blue Industries, que o desmantelou, no ano seguinte, no seu estaleiro de Alang.
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