segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

«JOÃO COUTINHO»


Corveta da Armada Portuguesa, que usa o indicativo de amura F475. Foi cabeça de uma classe, que compreendeu mais cinco unidades; a saber : os navios «António Enes», «Jacinto Cândido», «Pereira d’Eça», «Augusto Castilho» e «Honório Barreto». O projecto foi da autoria do contra-almirante Rogério d’Oliveira, que contou com a colaboração de um estaleiro naval alemão para os estudos de pormenor. E era tão bom, que os navios deste tipo (todos eles construídos em Espanha e na Alemanha) serviram de base à realização das classes estrangeiras ‘Descubierta’ (Espanha), ‘Espora’ (Argentina) e ‘D’Estienne d’Orves’ (França). Além da classe nacional ‘Baptista de Andrade’, que não é mais do que uma versão modernizada do navio concebido por Rogério d'Oliveira. A corveta «João Coutinho» foi construída pelos estaleiros Blohm und Voss, de Hamburgo e lançada à água no ano de 1970. É um navio com 1 438 toneladas de deslocamento, medindo 85 metros de comprimento por 12,50 metros de boca. A sua propulsão é assegurada por 2 máquinas diesel desenvolvendo 10 000 cv de potência e por 2 eixos, que garantem ao navio uma velocidade máxima de 23 nós e uma autonomia de 10 600 km, com a marcha estabilizada a 18 nós. Esta corveta está equipada com um radar de navegação e sensores de controlo de tiro e armada com 2 canhões de 76 mm (num reparo posicionado à vante) e com duas peças AA de 40 mm. Dispõe de uma pista para uso de helicópteros ligeiros. A sua tripulação é de 100 homens, incluindo o quadro de oficiais. Considerada a versão moderna das canhoneiras do século XIX e dos avisos coloniais dos anos 30, a «João Coutinho» (e congéneres) foi utilizada em missões de soberania (patrulhas, apoio de fogo, desembarque de fuzileiros, etc) durante as guerras de África. Depois da independência dos PALOP’s (1974/75), o navio voltou à metrópole, para assegurar, na nossa costa, missões tão diversas como a vigilância do tráfego marítimo, a fiscalização da ZEE e a busca e salvamento. Várias corvetas da classe ‘João Coutinho’ já foram desactivadas e pensa-se que, num futuro próximo, todas elas serão substituídas pelos patrulhões da classe ‘Viana do Castelo’. Curiosidade: João Coutinho, o patrono do navio em apreço, foi um ilustre oficial da nossa armada (e governador da Zambézia), onde atingiu a patente de vice-almirante. Era natural da vila alentejana de Alter do Chão, onde nasceu a 3 de Fevereiro de 1865.

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