quinta-feira, 28 de abril de 2011
«CAMBRONNE»
Veleiro de bandeira francesa pertencente à casa armadora Société des Voiliers Nantais. Foi construído no estaleiro Laporte de Grand Quevilly (perto de Rouen, na Normandia) no ano de 1897, segundo o modelo do «Général Mellinet», primeira realização daquela unidade industrial. Tinha casco de aço e arvorava três mastros, que armavam em barca. O «Cambronne» tinha as seguintes características : 2 800 toneladas de arqueação bruta; 81,30 metros de comprimento; 11,20 metros de boca; 6,60 metros de pontal. Foi concebido para o transporte de nitratos do Chile, produto que o navio ia buscar a Antofagasta com passagem obrigatória pelo temível cabo Horn. A 21 de Março de 1916, quando regressava a França de uma dessas suas viagens, o «Cambronne» (então sob o comando do capitão Arsène Matthieu) foi interceptado por um corsário alemão ainda quase desconhecido : o veleiro «Seeadler». Em vez de afundar o «Cambronne», como se esperava, o comandante do corsário -conde Félix von Lückner- obrigou os franceses a receberem a bordo 263 prisioneiros feitos durante o seu cruzeiro de guerra. E, para evitar que o «Cambronne» chegasse rapidamente a um porto amigo e denunciasse a sua presença, o alemão mandou serrar parte dos mastros do veleiro francês e lançar ao mar as suas velas sobressalentes. Nessas condições, o «Cambronne» levou 9 dias a alcançar o porto do Rio de Janeiro, quando, em circunstâncias normais o teria feito em 48 horas. Depois de ter procedido às reparações que se impunham e de ter desembarcado os antigos prisioneiros de Lückner, o capitão Matthieu rumou a França sem mais incidentes. Mas, no ano seguinte, um novo e indesejado encontro com outra unidade da marinha de guerra do ‘kaiser’ foi-lhe fatal. Com efeito, no dia 8 de Julho de 1917, quando navegava no golfo de Gasconha, o «Cambronne» foi, de novo, obrigado a parar por um navio ostentando pavilhão do império alemão; que era, desta vez, o submarino «UC-72». Obrigada a evacuar o veleiro e a tomar lugar na única baleeira disponível a bordo, a tripulaçãp francesa assistiu, impotente, ao afundamento do seu navio, em consequência da detonação dos explosivos mandados colocar a bordo pelo capitão do submersível. O «Cambronne» soçobrou em menos de um minuto. A sua tripulação logrou atingir a ilha de Sein e salvar-se, à excepção de um marinheiro ferido pelo inimigo, que morreu durante a viagem. Nota final : a foto anexada é a de um navio (não identificado) semelhante ao «Cambronne».
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