domingo, 24 de abril de 2011

«GALEOTA REAL»


Também conhecida pelo nome de «Galeota de D. João VI», esta embarcação de parada movida a remos foi construída, em 1808, no Arsenal da Capitania da Bahia (Salvador). O seu desenho foi inspirado pelo das galeotas que a família real portuguesa utilizava em Lisboa, no estuário do Tejo e que ainda hoje podem ser admiradas no Museu de Marinha. Parece que o mentor da sua construção foi o conde da Ponte, que quis oferecer ao Príncipe Regente uma embarcação de lazer condigna para os seus passeios e deslocações na baía do Rio de Janeiro. Para tripular a «Galeota Real» foram seleccionados uma trintena de robustos remadores provenientes dos navios da esquadra que levou a corte ao Brasil. Homens que foram designados por ‘algarves’, por serem, todos eles, originários da província mais meridional do Portugal europeu. Segundo reza a História, estes remeiros ostentavam uma libré especial e usavam capacetes de prata. A «Galeota Real» -embarcação com 24 metros de comprimento e de modelo único no Novo Mundo- tem, à popa, um luxuoso e confortável camarote e está ricamente decorada. A sua figura de proa é um dragão, figura mitológica adoptada pela Casa de Bragança. Esta galeota, que sobreviveu ao Império, navegou até Setembro de 1920, cumprindo a sua derradeira missão oficial ao transportar a família real belga do couraçado «São Paulo» (que a trouxera da Europa para uma visita de cortesia ao Brasil) até aos cais do Rio de Janeiro. Esteve ameaçada de destruição; felizmente essa ‘solução’ foi abandonada e este belo exemplar de navio de parada foi entregue à armada, que a tem exposta no Espaço Cultural da Marinha, a funcionar no centro histórico da chamada ‘Cidade Maravilhosa’. Onde a «Galeota de D. João VI» é muito admirada pelos numerosos visitantes desse espaço museológico.

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