sexta-feira, 26 de novembro de 2010
«SERPA PINTO»
Paquete português, que pertenceu à frota da Companhia Colonial de Navegação entre 1940 e 1954. Foi lançado ao mar em Setembro de 1914 pela firma Workman, Clark & Cº, de Belfast (Escócia), com o nome de «Ebro». Deslocava mais de 8 000 toneladas e media 137,20 metros de comprimento por 17,61 metros de boca. A Mala Real Inglesa, seu primeiro armador, ainda o colocou na linha regular das Caraíbas; mas com o evoluir do conflito mundial, o navio só teve a ocasião de realizar uma ida e volta àquela região, antes que a ‘navy’ o requisitasse e o transformasse num cruzador auxiliar. Manteve-se durante quatro anos nessa condição, assegurando -com outras unidades da 10ª Esquadrilha de Cruzadores- o bloqueio naval do mar do Norte e a escolta dos comboios mercantes que cruzavam o Atlântico setentrional. Estava, nessa conturbada época, armado com 8 peças de artilharia e com um dispositivo de lançamento de cargas de profundidade. Devolvido à sua carreira civil, logo após o armistício de 1918, o navio foi vendido à Pacific Steam Navigation Cº, que o utilizou na rota do Chile, via canal do Panamá. Esteve desactivado durante cinco anos, até que, em Fevereiro de 1935, foi adquirido pela companhia Jugoslovenska Lloyd, que o baptizou «Princesa Olga» e o colocou na linha Dubrovnik-Haifa. Em 1940 (pouco antes da ocupação dos Balcãs pelas forças militares hitlerianas), o paquete foi adquirido pela C.C.N. e o navio foi registado em Lisboa com o nome do explorador africanista Serpa Pinto. A sua viagem inaugural levou o «Serpa Pinto» até aos portos de Moçambique, com escalas intermediárias na África ocidental portuguesa e em Capetown. Simultaneamente com as suas viagens à África, o navio também serviu (durante todo o período da 2ª Guerra Mundial) na linha Lisboa-Rio de Janeiro, com escalas na ilha da Madeira e no arquipélago de Cabo Verde. Durante esse período (e nessa linha), o navio transportou milhares de emigrantes para o Brasil, assim como inúmeros refugiados europeus que buscavam na América do sul a paz e a segurança que a Europa lhes negava. Em 1948, o navio foi imobilizado para receber um novo sistema propulsor e sofrer algumas reparações e modificações. Depois, até 1954, assegurou, sobretudo, viagens para a América central e insular, que começavam em Lisboa e tinham o seu término em Havana. Fez a sua derradeira viagem a Santos (Brasil) nesse mesmo ano de 1954, tendo regressado à capital portuguesa no dia 7 de Agosto. Após 15 anos a navegar com a bandeira verde-rubra, o «Serpa Pinto» foi considerado obsoleto (o que era natural para um navio com 40 anos de vida) e enviado para a sucata. O seu desmantelamento foi executado no porto de Antuérpia, por uma firma de sucateiros belgas.
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O meu Pai foi tripulante no Serpa Pinto
ResponderEliminarVim nele para o RJ !!!
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