quarta-feira, 10 de novembro de 2010
«MARY ROSE»
Mandado construir (em Portsmouth) por Henrique VIII de Inglaterra, o «Mary Rose» foi lançado à água em 1510. A sua realização fazia parte de um programa destinado a equiparar as forças navais britânicas às mais poderosas armadas europeias do tempo. Não subsistiram documentos susceptíveis de fornecer informação sobre a sua tonelagem inicial (aumentada para 700 t, em 1536), nem sobre as suas reais dimensões. Sabe-se, no entanto, que a quilha do «Mary Rose» era formada por três madeiros de ulmeiro totalizando 32 m de comprimento. O navio estava armado com 7 pesadas peças de bronze e com 34 canhões de ferro. Foi afundado em 1545 por navios franceses a menos de 1 milha e meia do porto de Portsmouth. Grande parte da sua numerosa guarnição pereceu no naufrágio, devido à própria concepção do navio, que inviabilizou a fuga de marinheiros e soldados, aquando do soçobro. O sítio onde repousavam os seus restos foi descoberto em 1836 por John e Charles Deane, pioneiros do mergulho arqueológico, que conseguiram resgatar alguns objectos do «Mary Rose», entre os quais o sino de bordo. Um programa científico foi lançado -em 1965- com o objectivo de salvar o que restava do navio. As equipas de recuperação contaram com mais de 600 mergulhadores e com inúmeros voluntários em terra. Libertado do lodo que o envolvia e com todas as suas peças repertoriadas, o «Mary Rose» foi emergido, com as precauções que se impunham, no dia 11 de Outubro de 1982. Submetidos a complexas técnicas, que asseguram a sua sobrevivência, os restos do navio repousam numa doca especial de Portsmouth, transformada em espaço museológico, onde os estudiosos e os curiosos o podem visitar.
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