sexta-feira, 12 de novembro de 2010

«LA CHAMPAGNE»


Este paquete francês de propulsão mista (vapor/vela) pertenceu à prestigiosa frota da C. G. T. entre 1886 e 1915. Teve três 'sister-ships', baptizados também, todos eles, com nomes de províncias da velha França : «La Bretagne», La Bourgogne» e «La Gascogne». O transatlântico «La Champagne» foi construído pelos estaleiros de Penhoet (Saint-Nazaire). Deslocava cerca de 7 000 toneladas e media 150 metros de comprimento por 15,75 metros de boca. Era movido por uma máquina de tripla expansão desenvolvendo 9 000 cv de potência e podia navegar a uma velocidade superior a 17 nós. Funcionava com uma tripulação de 200 pessoas e foi concebido para poder acolher 500 passageiros. Durante a sua carreira de 29 anos, o paquete «La Champagne» esteve cerca de 20 na linha Havre-Nova Iorque. Os episódios mais marcantes da sua história foram os seguintes : em 1887, abalroou (e afundou ao largo de Barfleur) o paquete «Rio de Janeiro», que navegava com a bandeira da companhia Les Chargeurs Réunis. Não houve vítimas a lamentar, mas o «La Champagne» foi obrigado a recolher aos estaleiros de Saint-Nazaire para ali sofrer reparações; em 1896, foi alvo de transformações, nomeadamente a nível do seu sistema propulsor, recebendo caldeiras novas e uma máquina de quádrupla expansão. As chaminés ganharam maior volume e dois dos seus mastros foram suprimidos; em inícios do ano de 1898 (Fevereiro ?), derivou durante cinco dias no Atântico norte, na sequência de uma avaria da sua nova máquina; em 1905 sofreu novas transformações e passou a operar na linha do México; em 1912, entrou em colisão -no porto de Lisboa- com o seu congénere britânico «Desna», da companhia Royal Mail Line, sofrendo e causando avarias materiais; finalmente, em 1915, o navio foi cedido (por empréstimo) à Compagnie Sud-Atlantique, que o utilizou até 28 de Maio desse mesmo ano, data em que o navio encalhou fragorosamente (na sequência de violento vendaval) à entrada do porto bretão de Saint-Nazaire. Tendo-se partido em dois, o «La Champagne» foi considerado irreparável e os seus destroços vendidos a um sucateiro, que os desmantelou.

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