quinta-feira, 11 de novembro de 2010

«ILHAVENSE II»


O «Ilhavense 2º» -um lugre bacalhoeiro com casco de madeira- foi construído em 1918 nos estaleiros da família Mónica da Gafanha da Nazaré. Foi lançado à água no dia 19 de Dezembro com o nome de «Atlas», e só tomou a designação de «Ilhavense 2º» em 1924, depois de ter sido comprado ao seu primeiro proprietário (a Companhia Aveirense de Navegação e Pesca) pela Parceria Marítima Esperança Lda. O navio apresentava uma arqueação bruta da ordem das 262 toneladas e media 38,20 m de comprimento entre perpendiculares e 8,85 m de boca. A sua tripulação (pessoal de navegação e pescadores) era composta por 40 homens. Participou, até 1936, em todas as campanhas de pesca longínqua, à excepção (ao que parece) das de 1931 e 1932, devido às modestas capturas do ano de 1930. Em 1937 recolheu ao estaleiro para sofrer algumas modificações e para receber um motor auxiliar de 240 cv. Reapareceu, nesse mesmo ano, com o nome de «Ilhavense II» e com capacidade para cerca de 4 900 quintais de pescado. Esteve, de novo, ausente dos Grandes Bancos entre 1949 e 1952. Retomou a sua actividade piscatória em 1953, depois de ter sido beneficiado com outra grande reparação. O «Ilhavense II», que então se encontrava sob o mando do capitão Manuel Pereira Teles, naufragou a 15 de Agosto de 1955 nos mares da Terra Nova, quando, depois de uma profíqua campanha, já navegava de regresso a Portugal. A perda do navio ficou a dever-se a um incêndio que começou na sala da máquina (devido a um curto-circuito) e que não foi possível extinguir. Na sequência de um SOS lançado do lugre, compareceu no lugar do desastre o navio-patrulha «Mendota», da Guarda Costeira dos Estados Unidos. Apesar dos denodados esforços da equipagem do bacalhoeiro para o salvar, ajudada, na circunstância, pela guarnição do guarda-costas norte-americano, o navio, já muito danificado pelas chamas, foi mesmo ao fundo. Salvou-se, porém e felizmente, toda a sua tripulação, além de 13 dóris do infortunado lugre-motor. Os homens do «Ilhavense II» foram desembarcados num porto dos 'states' (Boston), de onde foram repatriados.

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