domingo, 24 de julho de 2011

«GIRONA»


Galeaça pertencente à malograda ‘Invencível Armada’, que o rei Filipe II de Espanha mandou à conquista de Inglaterra no ano da graça de 1588. Era um grande navio de três mastros, que se movia à vela e à força de remos. Parece que a sua guarnição compreendia, inicialmente, 121 marinheiros e 186 homens de guerra; mas a verdade é que, quando este navio se perdeu por encalhe em Lacada Point (na costa da Irlanda do norte, na noite de 26 de Outubro, devido a violenta tempestade), transportava cerca de um milhar de pessoas. A maior parte delas havia sido resgatada de vários navios da armada -entre os quais se contavam o «Santa Maria Encoronada» e o «Duquesa de Santa Ana»- que se despedaçaram, pouco tempo antes, perto de Donegal. O «Girona» tentava contornar a Irlanda, a fim de atingir a Escócia, um reino católico aliado da Espanha filipina. O desastroso encalhe deste navio ibérico teve como consequência a morte da maioria dos seus passageiros (fontes fidedignas apontam para apenas 10 sobreviventes) e a perda de um imenso e valioso espólio, que, ao que parece, fez a fortuna de alguns senhores locais. Em 1967/1968, uma expedição de mergulhadores belgas explorou os destroços do «Girona» e conseguiu recuperar inúmeros artefactos (armas, jóias, moedas) de grande valor histórico. Muitos desses objectos estão expostos no Museu de Ulster, na cidade de Belfast. A memória do desastre da galeaça «Girona» e a de outros navios da ‘Invencível Almada’, afundados nas costas norte-irlandesas, permanece viva no espírito da gente dessa região do Reino Unido. A tal ponto que uma nota de banco de 10 libras reproduz o famoso navio e objectos preciosos extraídos dos seus restos.

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