domingo, 17 de julho de 2011

«DRAGÃO»


Foi a segunda de 10 Lanchas de Fiscalização Grandes (LFG) construídas pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (e pelo arsenal do Alfeite) por encomenda da Armada Portuguesa. Este navio, que ostentava o indicativo de amura P 374, foi lançado à água em 1963 e aumentado ao efectivo da nossa marinha de guerra nesse mesmo ano. Recebeu logo ordens para se juntar às forças navais estacionadas na antiga Guiné Portuguesa, para onde se dirigiu. Depois de escalar o Funchal e São Vicente (Cabo Verde), o navio chegou ao porto de Bissau, a partir do qual efectuou diversas missões militares num território já, então, em guerra contra a autoridade colonial. Em Outubro de 1964, a LFG «Dragão» foi transferida para Moçambique, navegando para o Índico na companhia da sua congénere «Argos» (cabeça de série desta classe de lanchas), tendo os dois navios feito escalas técnicas em São Tomé e Príncipe e em Angola, antes de atingirem o término da sua longa viagem através de dois oceanos. Em 1969, a LFG «Dragão» voltou à Guiné, onde terminou a sua vida operacional. Em 1975, data da independência das diferentes colónias portuguesas de África, esta modesta unidade da nossa armada fez a sua derradeira viagem com as cores da república portuguesa, navegando do arquipélago de Cabo Verde até Angola, onde (com mais quatro lanchas da sua classe) foi abatida ao efectivo dos navios da armada. Isso, depois de ter navegado cerca de 8 500 horas com a bandeira verde-rubra. Refira-se, a título de curiosidade, que -entre 1963 e 1975- o navio teve 7 comandantes, sendo o primeiro e o último, respectivamente, os primeiros tenentes José A. L. Carvalheira e Manuel R. F. Pires. Sabemos que a LFG «Dragão» ainda chegou a ser integrada na marinha da nova República Popular de Angola (com que nome ?), mas desconhecemos o que lhe aconteceu até à sua completa desactivação. Curiosidade : os dez navios desta classe tinham todos nomes de constelações («Argos», «Dragão», «Cassiopeia», «Centauro, «Escorpião», «Hidra», «Lira», «Pégaso», «Orion», e «Sagitário»), deslocavam 210 toneladas e mediam 41,70 m de comprimento por 6,70 m de boca. Navegavam -à velocidade de 17 nós- graças à força de 2 motores diesel (de 1 200 bhp) e de 2 hélices. Estavam armadas com 2 peças simples de 40 mm. A sua guarnição era constituída por 24 homens, oficiais incluídos.

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