quinta-feira, 24 de março de 2011

«LOURENÇO MARQUES»


Paquete de bandeira portuguesa. Era o ex-«Admiral» da companhia alemã Deutche Afrika Ost Linien, construído, em 1905, nos estaleiros navais da casa Blohm und Voss, de Hamburgo. O antigo presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt viajou neste navio para África (onde foi caçar) em 1910. O «Admiral» recebeu ordens para se refugiar na capital da nossa então colónia de Moçambique (daí o seu nome), quando rebentou a Grande Guerra. E foi ali que foi apresado pelas autoridades marítimas portuguesas no ano de 1916, no quadro de uma vasta operação que levou ao arresto de algumas dezenas de navios de nacionalidades alemã e austríaca. Transferido para a frota dos recém-criados Transportes Marítimos do Estado, o «Lourenço Marques» continuou a assegurar viagens regulares entre a Europa e os portos africanos. Também chegou a viajar para Macau e Timor. Em 1917 foi utilizado como navio-prisão dos activistas dos C.T.T. implicados num movimento de greve. Em 1918 transportou tropas expedicionárias para Moçambique. No ano de 1925, com a supressão dos T.M.E., o paquete «Lourenço Marques» foi transferido para a Companhia Nacional de Navegação, em cuja frota operou até 1949; ano em que foi desactivado. Foi vendido para a sucata e desmantelado, no ano seguinte, num estaleiro de Faslane (Escócia). Este paquete apresentava as seguintes características : 6 281 toneladas de arqueação bruta; 126,80 m de comprimento por 15,20 m de boca; 2 máquinas a vapor de 3 500 Ihp, que lhe autorizavam a velocidade máxima de 13 nós; podia receber carga e 381 passageiros; a sua tripulação era constituída por 153 membros.

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