segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

«HIGHLAND WARRIOR»


Paquete inglês, pertencente à frota da companhia de navegação Nelson Lines com sede em Liverpool. Construído em 1911 no estaleiro da firma Russell & Co, de Greenock (G.B.), este navio deslocava 7 800 toneladas e media 126,20 metros de comprimento por 17,20 metros de boca. Estava equipado com 1 máquina a vapor de tríplice expansão desenvolvendo uma potência de 837 nhp. A sua velocidade máxima era de 13 nós. Destinado ao comércio com a América do sul (muito em particular com a Argentina), o «Highland Warrior» foi um navio praticamente sem história, até que, no dia 3 de Outubro de 1915 -quando fazia uma viagem de rotina entre Londres e Buenos Aires, via Corunha- foi encalhar nos recifes da costa do Ferrol (Galiza), em frente da praia de Santa Comba. Este transatlântico inglês transportava 29 passageiros e preparava-se para embarcar outros viajantes no mais importante porto galego, sendo quase todos eles emigrantes com destino ao Brasil e à Argentina. Durante a última e fatídica viagem do «Highland Warrior» encontrava-se também a bordo do vapor a quantia de 200 000 libras esterlinas destinadas a clientes espanhóis do Banco de Inglaterra. Passageiros e valores foram retirados imediatamente do navio encalhado pelo «Camelle», embarcação pertencente à famosa Sociedade de Salvamentos Marítimos da Corunha, que rapidamente tomou a seu cargo essa delicada tarefa. 50 tripulantes do «Highland Warrior» foram evacuados no dia seguinte pelo vapor «Demerara», que os conduziu e desembarcou em Southampton. Aliviado de parte da sua carga (operação executada no areal de Cobas), o transatlântico ainda pôde afastar-se da costa, mas, devido ao enorme rombo aberto a estibordo, acabou por ir a pique -no dia 31de Outubro desse mesmo ano de 1915- em frente do cabo Prior. Curiosidade : uma foto do encalhe deste navio inglês ilustra a capa do excelente livro «Historia da Costa Galega e os Seus Naufraxios – Século XX», de Fernando Patricio Cortizo, que refere, de maneira clara e exaustiva, todos os desastres marítimos ocorridos no litoral noroeste de Espanha, de 1901 até ao desastre do petroleiro «Prestige»; que, como toda a gente se lembra, ali teve lugar em 2002. Esta obra está redigida em língua galega e é, por essa razão, perfeitamente acessível aos lusofalantes.

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