quinta-feira, 23 de junho de 2011
«SANTA ROSA»
Navio da armada de D. João V, rei de Portugal. Foi lançado à água em 1715 pelo arsenal da Ribeira das naus, onde foi construído. Deslocava 1 100 toneladas e media 56 metros de longitude. O «Santa Rosa» estava armado com 70 canhões e fez parte da frota de sete navios -superiormente comandada pelo conde do Rio Grande- que el-rei mandou ao Mediterrâneo oriental combater os Turcos do sultão de Constantinopla. Participou activamente na batalha naval do cabo Matapão (travada ao largo das costas gregas), que os Portugueses venceram sozinhos, depois da desonrosa deserção da armada papista, composta por navios venezianos, malteses e da própria Santa Sé. Depois dessa vitória, a nau «Santa Rosa» regressou ao Atlântico, onde participou em acções contra a pirataria internacional, protegendo, nomeadamente, os comboios navais em proveniência do Brasil. Essas missões eram de alto risco, já que os navios de guerra portugueses também participavam no transporte de mercadorias preciosas (especialmente ouro, pedrarias, tabaco, madeiras exóticas, açúcar e couros) produzidas na América do sul e eram, assim, o alvo preferencial de flibusteiros e outros fora-da-lei. Em 1726, o «Santa Rosa», então comandado por Bartolomeu Freire de Araújo, encontrava-se em águas brasileiras até onde –na companhia da nau «Nossa Senhora da Nazaré»- havia escoltado um comboio de 16 navios mercantes; que deveriam transportar na viagem de retorno à capital do Reino (com outros que se lhe haviam de juntar em Salvador da Baía) um carregamento de valor incalculável, entre o qual figuravam 10 toneladas de moedas de ouro (cunhadas no Brasil), ouro em barra e em pó e muitas pedras preciosas. Depois de ter zarpado para Lisboa, o «Santa Rosa» foi assaltado por violenta tempestade e buscou a salvação num qualquer porto da costa brasileira. Mas, por razões nunca esclarecidas, foi vítima -no dia 6 de Setembro de 1726- de uma violentíssima explosão ocorrida num dos seus paióis. Não se sabe com exactidão onde ocorreu o desastre que dizimou a quase totalidade dos seus 700 tripulantes. Arqueólogos aquáticos e caçadores de tesouros têm procurado, sem sucesso, os restos do navio português em águas territoriais dos estados da Baía e de Pernambuco. Até hoje a sorte ainda não lhes sorriu, mas eles persistem, porque as riquezas perdidas nesse trágico naufrágio são um incentivo que faz sonhar qualquer homem que se dedique àquelas actividades.
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