sexta-feira, 17 de junho de 2011
«GALEB»
Este navio, cujo nome servo-croata significa ‘gaivota’ na nossa língua, pertenceu à Academia da Marinha de Guerra da República Federativa da Jugoslávia, que o colocou ao serviço exclusivo de Tito, líder comunista do país e herói do segundo conflito mundial. Construído em 1938 num estaleiro de Génova, pela casa Ansaldo, o navio chamou-se inicialmente «Ramb III» e foi utilizado como transporte de produtos tropicais. Capturado pelas tropas alemãs em 1943, após a queda de Benito Mussoulini, o navio recebeu o nome de «Kiebitz» e foi transformado em cruzador auxiliar. Foi, nessa condição, que, a 25 de Novembro de 1944, em Rijeka, o navio foi alvejado e afundado por bombardeiros das forças aliadas. Entre 1948 e 1952, o navio foi totalmente recuperado e transformado por uma empresa jugoslava, que o entregou à armada nacional. Colocado à disposição do presidente, já com o nome de «Galeb», o navio tornou-se praticamente a segunda casa do marechal Tito, que a seu bordo viajou quase uma centena de milhar de milhas náuticas e recebeu mais de 100 estadistas estrangeiros; tais como Nehru, Nasser, Khrushtchev, Brejnev, Isabel II, Hailé Selassié, Ceausescu, Churchill, Kadhafi, Indira Gandhi, etc, etc. Curiosamente, também foram recebidos no «Galeb» inúmeras estrelas dos ecrãs (Richard Burton, Elizabeth Taylor, Sophia Loren, Kirk Douglas e muitas outras mais), figuras que Tito tanto admirava, por ser um reconhecido cinéfilo. O «Galeb» desloca 5 750 toneladas e mede 117 metros de comprimento por 15 metros de boca. A sua motorização foi assegurada por 2 engenhos diesel Fiat, desenvolvendo 7 200 cv de potência global, que lhe permitiam navegar à velocidade máxima de 17 nós. Com a morte de Tito (em 1980) e o subsequente desmembramento da Jugoslávia, o navio parece ter cabido em herança aos montenegrinos. Mas teve, desde então, uma vida bastante atribulada, passando por várias mãos. Em 2009, um tribunal croata oficializou a sua venda à cidade de Rijeka, que pagou pelo «Galeb» a soma de 150 000 dólares e pretende fazer dele um museu flutuante. Isto, depois de nova e necessária recuperação do navio.
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