domingo, 19 de junho de 2011

«CARVALHO ARAÚJO»


Antigo navio hidrográfico da Armada Portuguesa, que, por cá, teve vida operacional entre 1959 e 1975. O seu número de amura era o A 524, detalhe importante para o identificar, já que houve outra unidade da nossa marinha de guerra com este nome. Este navio apresenta a curiosidade de ter navegado com cinco nomes e com cinco bandeiras nacionais diferentes. Construído em 1942 pelos estaleiros norte-irlandeses da firma Harland & Wolf, usou o nome de HMS «Crysantemum» e teve a classificação de corveta (da classe ‘Flower’) no seio da armada real britânica. Participou nos combates da Segunda Guerra Mundial com duas bandeiras, já que, ainda durante o conflito, foi transferido para as Forças Francesas Livres, fiéis ao general De Gaulle, onde tomou o nome de «Commandant Drogou». Depois da armistício, a corveta foi cedida à empresa Hector Whalling, da Cidade do Cabo (República da África do Sul), que a desarmou e a transformou em navio de caça à baleia. Usava, então, o nome de «Terje 10». Em 1959 foi adquirido pelo governo português, que nele empreendeu trabalhos profundos, de modo a poder utilizá-lo como navio hidrográfico. O «Carvalho Araújo» executou missões de carácter científico em águas de São Tomé e Príncipe e de Angola. Em 1975, aquando do processo de descolonização, não sendo rentável trazê-lo para a metrópole, o navio foi transferido para a embrionária marinha da República Popular de Angola. Onde serviu com nome que desconhecemos e até uma data que também ignoramos. O «Carvalho Araújo» era um navio com 1 350 toneladas de deslocamento, medindo 62,33 metros de comprimento por 10,11 metros de boca. O seu calado era ligeiramente superior a 5 metros. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas desenvolvendo 2 750 cv, força que lhe permitia vogar à velocidade máxima de 26 nós. A sua guarnição era (no tempo em que navegou com o pavilhão verde-rubro) constituída por 96 homens.

Sem comentários:

Enviar um comentário