sexta-feira, 17 de junho de 2011
«ALCANTARA»
Construído em 1926 pelos estaleiros navais da casa Harland & Wolff, de Belfast (Irlanda do Norte), o paquete «Alcantara» pertenceu à frota da companhia britânica Royal Mail Lines. Destinado a assegurar uma linha regular entre a Grã-Bretanha e a América do sul, este navio substituiu um paquete com o mesmo nome afundado durante a Grande Guerra e com o qual não deve ser confundido. Com 22 200 toneladas de arqueação bruta, o «Alcântara» media 200 metros de comprimento por 24 metros de boca. Navegava à velocidade máxima de 16 nós e podia receber a bordo 1 430 passageiros em três classes distintas. Reestruturado em 1934, o «Alcântara» recebeu uma motorização mais potente (ganhando mais 2 nós de velocidade) e algumas toneladas suplementares de deslocamento. Fazia dez escalas entre Southampton e Buenos Aires, nomeadamente em Lisboa, Açores e Madeira. Em 1939, com o início das hostilidades entre o Reino Unido e a Alemanha nazi, o paquete foi requisitado pela ‘Royal Navy’ e transformado em cruzador auxiliar, recebendo um armamento de 6 canhões de 150 mm, para além de outras peças de menor calibre. Nesse mesmo ano, entrou em colisão com o «Franconia» em águas maltesas. Após reparação, foi enviado para o Atlântico sul, onde cumpriu missões de patrulhamento. A sua hora de glória ocorreu no dia 28 de Julho de 1940, quando o ex-paquete afrontou o «Thor», um temível corsário germânico. No término de renhido combate, o alemão, que sofreu alguns danos materiais e a perda de vários homens, optou pela fuga. O «Alcantara» também foi atingido durante essa refrega pelos tiros da artilharia inimiga, que lhe causaram alguns desgastes. Depois do armistício, o paquete foi reconvertido em transporte de tropas e evacuou muitos milhares de militares dos Aliados dos antigos campos e batalha para os seus países de origem. Devolvido ao seu armador, o «Alcantara» sofreu novos trabalhos de transformação e voltou (em 1948) à linha da América do sul. Em 1958, depois de ter realizado 172 viagens transatlânticas, entre a Inglaterra e a Argentina, o velho navio foi vendido a uma empresa de ferro velho japonesa, que o demoliu, nesse mesmo ano, num estaleiro de Osaca.
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