terça-feira, 6 de abril de 2010
«BUCINTORO»
Com este nome foram designados vários navios de parada pertencentes à cidade-estado de Veneza. Diga-se, referentemente à última dessas explendorosas embarcações –que se deslocava à força de remos, accionados por 168 homens- que ela foi lançada à água em 1728. Era utilizada anualmento pelo Doge numa cerimónia que ocorria no dia da Ascensão do Cristo e que simbolizava o casamento de Veneza com o mar. Durante essa festa tradicional, o chefe de estado lançava –do «Bucintoro»- um anel às águas do Adriático, pronunciando (em latim) a seguinte frase : «Mar, nós te desposamos, em sinal de perpétua e real soberania». O último «Bucintoro» (nome que, na nossa língua, significa ‘centauro’, por alusão à figura de proa que ostentava) era um navio com 34,70 m de comprimento por 7,2 m de boca. Sem mastreame (salvo aquele, de pequeno porte, no qual se arvorava o pavilhão do príncipe reinante), o navio apresentava-se sumptuosamente ornamentado com esculturas em talha dourada. Em 1797, após a conquista de Veneza pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte, o «Bucintoro» foi desguarnecido das suas belíssimas esculturas em madeira e transformado num batelão. Ulteriormente, foi utilizado pela marinha de guerra austro-húngara como bateria de artilharia flutuante. O que restava do soberbo navio original acabou por ser inteiramente desmantelado no ano de 1824.
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