sexta-feira, 21 de março de 2014
«SÃO PAULO»
Galeão português do último quartel do século XVI. A não confundir com uma nau lusa homónima, já referida neste blogue, que se afundou em 1560 nas costas de Sumatra. A construção do «São Paulo», o navio agora e aqui em apreço, terá sido iniciada no Seixal em 1589 por ordem d'el-rei Filipe II, que quis renovar a frota do Reino de Portugal, na sequência do desastre naval ocorrido -no ano precedente- aquando da sua frustrada tentativa de conquistar a Inglaterra. Este galeão, de 500 toneladas, foi realizado sob as directivas do famoso mestre carpinteiro Sebastião Temudo e fazia parte de umprograma de 21 navios de grande porte. O comprimento fora a fora do «São Paulo» parece ter ultrapassado os 50 metros e a sua boca teria cerca de 15 metros; o que terá feito dele um dos navios mais impressionantes das armadas ibéricas da época. Estava bem artilhado, desconhecendo-se, no entanto, o número exacto e o calibre das bocas de fogo que transportava. A construção do «São Paulo» revelou-se problemática, pelo facto de, ao tempo, haver penúria de madeira e de essa matéria-prima ter faltado durante a sua realização. De modo que o navio só foi dado como concluído em 1592, ano em que foi acrescentado ao serviço da armada. Por razões que se desconhecem, este galeão só partiu para a Índia a 30 de Março de 1594, integrado na frota superiormente comandada por Sebastião Gonçalves de Alvelos. Segundo as parcas informações que sobre ele existem, o galeão «São Paulo» terá naufragado a 15 de Abril de 1595 (devido ao excesso de carga) em lugar desconhecido. Provavelmente durante a viagem de regresso da sua primeira e única viagem ao Oriente. Curiosidade : a ilustração anexada pertence ao famoso «Roteiro de D. João de Castro». Mostra vários navios portugueses do século XVI, inclusivamente (em cima, à direita) um galeão.
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