sexta-feira, 14 de março de 2014
«MATAROA»
Navio de passageiros de bandeira britânica, construído em 1922 em Belfast (pelos estaleiros Harland & Wolff) para a companhia Aberdeen Lines. Chamou-se primitivamente «Diogenes», podia transportar 552 passageiros (130 dos quais em 1ª classe) e fez a sua viagem inaugural -Londres-Nova Zelândia e Austrália, via cabo da Boa Esperança- com partida da capital do império no dia 16 de Agosto de 1922. Manteve-se nessa carreira até 1926, ano em que (depois de ter sofrido transformações no seu sistema de propulsão, que passou a consumir 'fuel' em vez de carvão) foi fretado à Shaw, Savill & Albion Line. Que lhe substituíu o nome para «Mataroa». O seu destino final manteve-se, mas mudou de rota, passando a franquear o canal de Panamá e a atravessar o oceano Pacífico. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi (como muitos outros navios civis) requisitado pelas autoridades militares e transformado em transporte de tropas. Entre muitas missões militares, o «Mataroa» chegou a transportar tropas norte-americanas para a Europa, em previsão do desembarque na Normandia; que ocorreu a 6 de Junho de 1944. Em finais de Abril de 1948, este navio regressou à vida civil e à linha da Grã-Bretanha com os seus 'dominions' na Oceania. Mas, antes disso, duas viagens muito particulares haviam-lhe dado fama. A primeira delas foi efectuada, em 1945, para a Palestina, com sobreviventes judeus (sobretudo crianças) dos campos de concentração nazis. A segunda (realizada em Dezembro desse mesmo ano) fez-se -da Grécia para o porto italiano de Taranto- com um importante grupo de artistas e intelectuais helénicos fugidos da guerra civil. Essa viagem foi promovida e custeada (em grande parte) pela França, país onde a maioria deles se refugiaria. O «Mataroa» foi desmantelado em 1957, após 35 anos de bons e leais serviços. Este navio apresentava 12 341 toneladas de arqueação bruta e media 152,48 metros de comprimento por19,23 metros de boca.
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