domingo, 11 de outubro de 2009

«VICTORY»


Poderoso vaso de guerra britânico dos séculos XVIII e XIX, que é o símbolo -a par da figura de Horácio Nelson- do memorável triunfo da ‘Royal Navy’ em Trafalgar. Foi construído (durante 6 anos e segundo os planos de Thomas Slade, inspector da marinha ) no arsenal de Chatham (Kent), e lançado à água em 1765. Era um navio dito de 1ª classe, cuja artilharia contava mais de 100 peças. O «Victory» deslocava (em plena carga) 2 162 toneladas e o seu casco apresentava as dimensões seguintes : 56,70 m de comprimento por 18,80 m de boca. Estava equipado com três mastros, que arvoravam, essencialmente, pano redondo. A sua equipagem normal, que compreendia marujos e soldados da infantaria de marinha, ascendia aos 850 homens. A sua primeira zona de acção foi o canal da Mancha, onde operou durante três anos como navio-almirante de Augustus Keppel. Participou, com idêntica qualidade, no cerco de Gibraltar em 1782, sob o comando de lorde Howe. No fim da Guerra de Independência americana o navio foi desarmado, até que -em 1792- voltou ao serviço activo, no Mediterrâneo, sob as ordens sucessivas dos almirantes Hood e Jervis, que o utilizaram, com êxito, na guerra contra Espanha. Depois de ter sofrido importantes obras de restauro entre 1800 e 1803, o «Victory» passou a arvorar o pavilhão do almirante Horácio Nelson. A página mais gloriosa do historial do navio foi escrita no dia 21 de Outubro de 1805, quando, ao largo do cabo Trafalgar, o comandante-chefe da frota inglesa do Mediterrâneo infligiu uma derrota definitiva à esquadra hispano-francesa do almirante Pierre Charles de Villeneuve. Horácio Nelson -ferido gravemente a bordo do «Victory»- não sobreviveu ao confronto sangrento entre as duas forças navais mais poderosas do tempo. Depois da histórica batalha de Trafalgar, o navio ainda operou uns tempos no Báltico, até que, em 1815, foi retirado do serviço activo. Esta jóia da arquitectura naval britânica de inícios da segunda metade do século XVIII, está hoje exposta à admiração do público numa doca da cidade de Portsmouth, que lhe é exclusiva.

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