quarta-feira, 14 de outubro de 2009

«POTEMKINE»


Vaso de guerra da marinha imperial russa. Pertencia à frota do mar Negro. Era um couraçado da época pré-‘dreadnought’ e foi construído e equipado (entre 1898 e 1905) no arsenal Nikolaiev, de Odessa. Este navio deslocava 12 500 toneladas e media 115,30 m de comprimento por 22,30 m de boca. A sua propulsão era garantida por 22 caldeiras a vapor e dois hélices. A sua velocidade máxima era de 16 nós. O «Potemkine» estava razoavelmente bem blindado e dispunha de uma artilharia que contava com 4 canhões de 305 mm, 16 de 152 mm, 14 de 75 mm e 5 tubos lança-torpedos de 380 mm. A sua guarnição era constituída por 730 homens. Este navio é célebre por ter sido o palco de um motim dos seus marinheiros, fartos dos maus tratos infligidos pela oficialidade e da alimentação incomestível servida a bordo. A rebelião ocorreu no dia 27 de Junho de 1905, numa época em que os ventos da revolta já sopravam sobre o vasto império russo. Vários oficiais do couraçado foram mortos, incluindo o comandante Golikov, o imediato e o médico de bordo. A guarnição do «Potemkine» juntou-se aos grevistas de Odessa e foi, como eles, alvo da repressão do exército imperial. O navio e a sua guarnição acabaram, depois de muitas e confusas peripécias, por refugiar-se no porto romeno de Constanta, onde se renderam às autoridades locais. O navio foi devolvido à marinha czarista, mas a maior parte dos revoltados só regressaria à pátria em 1917, depois do triunfo da revolução bolchevique. Devido à sua conotação com a revolta dos marinheiros de 1905, o navio mudou várias vezes de nome, até ser desmantelado. O grande cineasta russo Serguei Einsenstein evocou (em 1925) a rebelião do mar Negro na sua famosa película «O Couraçado Potemkine», que é considerada (apesar das inexactidões de natureza histórica que contém) uma das obras-primas do cinéma soviético.

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