terça-feira, 13 de outubro de 2009
«REX»
Paquete italiano construído pelos estaleiros Ansaldo, de Génova Sestri, por encomenda da armadora Navigazione Generale Italiana. Foi lançado à água em Agosto de 1931 na presença dos reis de Itália, que o apadrinharam. Realizou a sua viagem inaugural a 27 de Setembro de 1932, já com as cores da recém-formada Italia Flotte Riunite, resultante da fusão da N.G.I. com as sociedades Lloyd Sabaudo e Cosulich. O «Rex» foi o maior paquete jamais construído no país e constituíu o orgulho do regime mussouliniano, que utilizou o seu nome e o seu prestígio (o navio chegou a conquistar a cobiçada Flâmula Azul) para fins de propaganda. O paquete manteve-se na linha Génova-Nova Iorque até à primavera de 1940, altura em que, por causa da guerra, foi requisitado pela ‘Regia Marina’ -a marinha militar italiana- que desejou transformá-lo em porta-aviões. Esse plano nunca chegou a concretizar-se e o «Rex» serviu no Mediterrâneo como transporte de tropas e como navio-hospital; chegando, por várias vezes, a efectuar a evacuação soldados italianos feridos da frente norte-africana. A 8 de Setembro de 1944, o paquete encontrava-se fundeado no mar Adriático, perto de Isola d’Istria (hoje Izola, na Eslovénia), quando foi detectado por aviões ‘Beaufigther’ britânicos, que o atacaram e atingiram com 123 projécteis. O navio ardeu durante quatro dias, antes de soçobrar. Depois da guerra, ainda se estudou a eventualidade de o emergir, mas depressa se chegou à conclusão de que essa operação não seria minimamente rentável. Assim, apenas se procedeu (entre 1947 e 1958) à recolha de alguns objectos do seu espólio. O «Rex» deslocava mais de 51 000 toneladas em plena carga e media 268 m de comprimento por 30 de boca. Os seus quatro grupos de turbinas conferiam-lhe um potência global de 120 000 cavalos, que lhe facultavam uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 30 nós. Tinham uma tripulação composta por 870 pessoas e podia acolher 2022 passageiros distribuídos por quatro classes distintas. O «Rex» foi recordado numa cena do filme «Amarcord» pelo cineasta Federico Fellini, que quis transmitir o fascínio que o luxuoso paquete exerceu (e ainda exerce) no imaginário dos transalpinos.
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