segunda-feira, 8 de outubro de 2012

«VIRIBUS UNITIS»



Este cruzador de batalha foi o primeiro ‘dreadnought’ da armada austro-húngara. Construído em 1911, pelos estaleiros S.T.T., de Trieste, o navio recebeu o nome de «Viribus Unitis» (‘Com Forças Unidas’), que era o lema pessoal do imperador Francisco José I. Pertencente à classe ‘Tegetthoff, deslocava 21 690 toneladas em plena carga e media 152 metros de comprimento por 28 metros de boca. O «Viribus Unitis», que tinha uma guarnição de mais de mil homens, era propulsionado por 4 turbinas a vapor (alimentadas por 12 caldeiras), que desenvolviam uma potência de 27 000 cv; força que proporcionava ao navio a velocidade máxima de 20 nós. Bem protegido, este cruzador de batalha estava armado com uma quarentena de bocas de fogo de vários calibres, de entre as quais se destacavam 12 canhões de 305 mm e 12 outros de 150 mm. Este navio também dispunha de armas anti-submarinas materializadas na forma de 4 tubos lança-torpedos de 533 mm. O «Viribus Unitis» recebeu a bordo (em Junho de 1914) o arquiduque Francisco Fernando de Áustria, que nele assistiu às manobras militares da sua armada. Coube a este cruzador levar -da Bósnia para Trieste- os restos mortais deste príncipe assassinado em Sarajevo, acto de um tresloucado que tão trágicas consequências teve para a Europa do tempo. Durante a Grande Guerra, este navio viu a sua acção limitada pelo poder e capacidade de bloqueio dos Aliados. Da sua actividade puramente militar há que salientar o bombardeamento do porto italiano de Âncona (em Maio de 1915) e pouco mais. Tendo-se refugiado em Pula, onde permaneceu até finais de 1917, este navio (assim como outras unidades da armada imperial) sofreu cerca de 80 ataques por parte da aviação inimiga. Em meados do ano seguinte (1918), o «Viribus Unitis» zarpou, finalmente, da sua base naval, integrado numa frota dirigida pelo contra-almirante Horthy, que deveria anular o bloqueio sustentado pelas forças inimigas. Essa sortida saldou-se por um desaire, já que, no seu confronto com a Regia Marina, se perderam vários navios austro-húngaras, entre os quais figurava o couraçado «Szent István». Com o conflito a chegar ao fim e com o já previsível desmantelamento do império de Francisco José, o governo de Viena vendeu o navio à recém-criada união de sérvios, croatas e eslovenos, que viria a transformar-se na futura Jugoslávia. Mas os Aliados, mormente os Italianos, ignoraram esse negócio feito à revelia dos inimigos da Áustro-Hungria e –a 1 de Novembro de 1918- o «Viribus Unitos» foi afundado (com minas) no porto de Pula por um comando de elite da marinha de guerra transalpina. Calcula-se que entre 300 e 400 membros da guarnição deste cruzador de batalha tenham perecido aquando da explosão do navio; que se afundou com o pavilhão croata hasteado.

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