segunda-feira, 22 de outubro de 2012

«VEGA»


LFP (Lancha de Fiscalização Pequena) da Armada Portuguesa. Pertencia à classe ‘Antares’ e foi construída em 1959 nos estaleiros de James Taylor, em Shoreham, Sussex, Inglaterra. Era uma embarcação de porte modesto -18 toneladas de deslocamento, 17 metros de comprimento, 4,60 metros de boca e 1,20 metros de calado- com casco fabricado em fibra de vidro. As lanchas desta categoria foram, aliás, as primeiras destinadas à marinha de guerra que utilizaram esse material; que até então só era utilizado em embarcações de recreio. A propulsão da «Vega» era assegurada por 2 motores diesel de 500 cv, que lhe facultavam uma velocidade operacional de 18 nós. Esta LFP estava armada com 1 peça de 20 mm montada à proa. A sua guarnição compreendia um oficial e 5 praças. A «Vega» teve três ‘sister ships’ na Armada Portuguesa, que foram as lanchas «Antares», «Sirius» e «Regulus». À excepção desta última (que foi utilizada pela nossa marinha de guerra no lago Niassa, nos tempos da guerra colonial), todas elas serviram na Índia Portuguesa. Quando, em 1961, se deu a invasão desse território por forças da União Indiana (muito superiores às tropas portuguesas ali estacionadas), a «Vega» viu-se envolvida em combates aéreos e navais impossíveis de suportar, tal a desigualdade de meios. E, a 18 de Abril desse ano, a «Vega» foi atacada por jactos De Havilland ‘Vampire’ indianos, cujo fogo atingiu a lancha da Armada, que ripostou aos tiros; mas que acabou por sofrer mortos -entre os quais se contou o seu comandante, 2º tenente Oliveira e Carmo- e feridos, antes de se afundar, inevitavelmente, nas águas do oceano Índico. Este combate (tal como aquele que levou à perda do aviso «Afonso de Albuquerque») foi o derradeiro travado pela nossa Armada naquelas longínquas paragens, onde os Portugueses permaneceram durante quase cinco séculos.

Sem comentários:

Enviar um comentário