terça-feira, 16 de outubro de 2012
«QUEEN OF THE CHANNEL»
Antes da tragédia provocada pela 2ª Guerra Mundial, as viagens turísticas entre Londres e a foz do Tamisa, as viagens ao largo das costas do Kent e no canal da Mancha (entre as costas de Inglaterra e as da França, da Bélgica e dos Países Baixos) eram intensas. Foi, pois, na perspectiva de desenvolver a sua actividade nessa área, que o consórcio London & Continental Southend Shipping Cº/New Steam Packet Medway encomendou a construção do navio «Queen of the Channel» aos estaleiros navais William Denny & Brothers, de Dumbarton. Que o terminaram e lançaram à água no ano de 1935. Este bonito navio, que tinha 1 030 toneladas de arqueação bruta e media 83 metros de comprimento por 11 metros de boca e por 2,80 metros de calado, estava equipado com 2 máquinas diesel, desenvolvendo uma potência de 560 nhp. Força que permitia ao navio vogar à velocidade máxima de 19 nós. Muito elegante, este navio de classe única, foi considerado por um dos seus utentes como «um deleite para os olhos». O Aparecimento do «Queen of the Channel» marcou o seu tempo, pelo facto dos navios ingleses de excursões marítimo-fluviais que o precederam serem bastante antiquados, navegando ainda, a maioria deles, a carvão e com a ajuda de rodas laterais de palhetas. Este navio cumpriu cabalmente a sua missão de passear turistas até à declaração de guerra do Reino Unido à Alemanha, na sequência da invasão (em 1939) da Polónia. Alguns meses mais tarde (em Maio de 1940), devido aos insucessos, em França, do corpo expedicionário britânico, o «Queen of the Channel» foi arregimentado para participar (como muitas centenas de outras embarcações de todos os tipos e tamanhos) na tristemente célebre operação ‘Dynamo’, que consistiu na evacuação das forças aliadas de Dunquerque. Depois de ter realizado várias viagens entre a França e a Inglaterra, sempre com grande perigo, foi no dia 28 do mês e ano acima referidos que, na sequência de um ataque de ‘Stukas’ (os temíveis bombardeiros alemães de voo picado), o «Queen of the Channel» foi alvejado e afundado a pouca distância das costas francesas do Pas de Calais. Os seus restos ainda por lá permanecem, a cerca de 23 metros de profundidade. Ignora-se o número de pessoas (tripulantes e soldados) que morreram em consequência do ataque aéreo a este navio.
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