sexta-feira, 8 de setembro de 2017
«CORCOVADO»
O «Corcovado» foi um paquete que ostentou as cores da companhia alemã Hamburg-Amerika Linie (HAPAG). Foi construído, em 1907, nos estaleiros Krupp, de Kiel, por encomenda da citada casa armadora, que o colocou numa das suas linhas servindo a América do Sul. Daí que o nome escolhido para o navio em apreço se refira a um dos morros que dominam o Rio de Janeiro. Este navio apresentava uma arqueação bruta de 8 099 toneladas e media 136,60 metros de comprimento por 16,80 metros de boca. O seu sistema propulsivo, alimentado a carvão, proporcionava-lhe uma velocidade de cruzeiro de 13 nós. Pensado para o transporte de emigrantes, este paquete estava preparado para receber apenas 100 viajantes de 1ª classe e 1 160 passageiros de classe inferior. Manteve-se na linha com o Brasil e a Argentina até 1912, ano em que passou a navegar no trajecto Hamburgo-Nova Iorque. De onde foi transferido -no início de 1914- para as rotas Hamburgo-Filadélfia e Nova Iorque-portos do Mediterrâneo e do mar Negro. Em 1915, por causa da intensidade da guerra no Atlântico, este navio foi vendido à Turquia, que lhe deu o seu segundo nome : «Sueth» e que o usou em carreiras menos perigosas. No ano de 1919, com a derrota dos Impérios Centrais, aos quais os otomanos se haviam aliado, o navio foi entregue à França, que lhe devolveu o seu nome de «Corcovado». Mas, logo no ano seguinte, o navio foi cedido ao armador italiano Società Siculo-Americana, que, antes de o lançar nas suas linhas da América setentrional e do sul, lhe deu novo designativo : «Guglielmo Peirce». Ali se manteve o paquete até Dezembro de 1923, altura em que foi adquirido pela Consulich, de Trieste; que o conservou até 1927; ano em que, uma vez mais, o navio mudou de proprietário e foi integrado na frota do Lloyd Sabaudo, de Génova; que lhe deu o nome (mais um !) de «Maria Cristina». Em 1930, veio para Lisboa (em cuja capitania foi registado com o nome de «Mouzinho»), e passou a usar as cores da Companhia Colonial de Navegação. A partir de então, esteve, essencialmente, nas linhas de África, servindo preferencialmente as nossas antigas colónias de Angola e de Moçambique, para além de escalar a África do Sul. Mas, em 1941, ainda fez uma travessia transatlântica, que o levou da capital portuguesa ao porto de Nova Iorque. E, em 1954 -com quase meio século de serviços prestados a diversas marinhas mercantes- foi encaminhado para um estaleiro de Savona (Itália), que procedeu ao seu desmantelamento. Nota : a imagem que ilustra este texto é uma fotografia do navio, quando este já hasteava bandeira portuguesa e se chamava «Mouzinho».
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