segunda-feira, 7 de outubro de 2013

«ATALAIA»

Este cargueiro foi construído em 1910 nos estaleiros da firma Vulkan Vegesack, de Bremen. O seu nome de baptismo foi «Carl Woermann» e o seu primeiro armador foi a Woermann Linie, de Hamburgo, cidade do norte da Alemanha onde se procedeu, também, ao seu primeiro registo. Quando rebentou a Primeira Guerra Mundial, este navio navegava em águas da América do sul e recebeu ordens para se refugiar no porto do Rio de Janeiro. Onde permaneceu até ao dia 1 de Junho de 1917, data em que foi confiscado pelo governo brasileiro. Aliás como o foram vários outros navios germânicos, fundeados em diferentes portos do país. O cargueiro em apreço recebeu, então, o seu derradeiro nome : «Atalaia». Depois de ter sido alugado ao estado francês entre 1921 e 1922, o navio voltou ao Brasil, permanecendo ao serviço do governo local até 1926, ano em que foi integrado no Lloyd Brasileiro, uma companhia de navegação recentemente privatizada. A área de acção do «Atalaia» estendia-se ao Atlântico meridional, centrando-se, essencialmente, na rota Brasil/Argentina-África do Sul. Por vezes, este navio fazia incursões para leste do cabo da Boa Esperança, aportando a Durban e a Lourenço Marques (Moçambique), cidades banhadas pelo oceano Índico. Navio especializado no transporte de carga geral, o «Atalaia» zarpou da Cidade do Cabo a 10 de Maio de 1941 com 2 643 pesados volumes destinados a Buenos Aires. Mas,  a 21 de Maio, sensivelmente a meio caminho, não muito longe das ilhas de Tristão da Cunha, o navio brasileiro foi apanhado por um medonho temporal e (talvez devido à sua vetustez) foi a pique com toda a sua tripulação. Duas mensagens do «Atalaia» ainda chegaram ao Lloyd Brasileiro : a primeira delas referia que o navio perdera o leme e vira 3 das suas baleeiras destruídas pela fúria dos elementos; a outra, já desesperada, dizia «Não há esperanças. Tudo perdido. Adeus». No naufrágio do «Atalaia» perderam a vida as 66 pessoas que viajavam a bordo. Nenhum corpo (ou vestígio do «Atalaia») foi encontrado. Principais características deste navio : 5 715 toneladas de arqueação bruta; 128 metros de comprimento por 16,60 metros de boca; propulsão assegurada por 2 máquinas a vapor de quádrupla expansão; 10 nós de velocidade de cruzeiro. Nota : a aparentemente excessiva tripulação do «Atalaia» justificava-se pelo importante efectivo da casa das máquinas, onde trabalhavam inúmeros fogueiros e carvoeiros; para além de 5 oficiais, que coordenavam o trabalho das equipes.

1 comentário:

  1. ol bom dia
    este histaorico é muito bom, na mesma epoca a empresa tambem tinha um navio o Orion no qual naufragou em santa catarina, você teria mais dados a respeito deste navio, que era muito semelhante ao atalaia, pertencente a frota ...jupiter, venus, sirio e saturno.....não se acha nada a respeito desta frota.

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