sexta-feira, 7 de junho de 2013

«PORTHOS»

O «Porthos», paquete francês da companhia Messageries Maritimes, foi construído em 1914 para assegurar a linha regular Marselha-Saigão-Haiphong via canal de Suez. Deslocava 18 570 toneladas e media 161,70 metros de longitude por 18,80 metros de boca. A potência das suas 2 máquinas a vapor de tripla expansão ultrapassava os 9 000 cv e assegurava a este navio uma velocidade de 17 nós. O «Porthos» podia receber a bordo 112 passageiros de 1ª classe, 96 de 2ª e 90 de 3ª, para além de 400 a 1000 passageiros de porão; que viajavam em condições precárias. Durante a Grande Guerra e de 1918 até 1939, este navio cumpriu, sem incidentes, a sua missão de ligar a França e a Europa ao Extremo Oriente. Com o desencadeamento do segundo conflito generalizado, o «Porthos» fez várias viagens para a África, até Madagáscar, passando pela rota do cabo da Boa Esperança. A 24 de Setembro de 1940, este paquete encontrava-se no porto de Dacar (Senegal) e foi ali atingido por um projéctil de 155 mm (disparado de um navio da 'Royal Navy'), que lhe causou alguns estragos e matou 7 pessoas a bordo. Este ataque britânico (apoiado pelo general De Gaulle) teve como objectivo (falhado) neutralizar as forças navais fiéis ao marechal colaboracionista Philippe Pétain, que ali estavam fundeadas. O paquete foi reparado, continuou a navegar com a bandeira tricolor e, na noite de 23 para 24 de Maio de 1941, salvou, ao largo das costas guineenses, os sobreviventes do navio britânico «Rodney Star», torpedeado por um submarino alemão. Meses mais tarde, o «Porthos» foi alvejado em Casablanca (Marrocos), aquando do ataque aliado de 8 de Novembro de 1942. Atingido por uma devastadora salva de artilharia de 406 mm, proveniente do couraçado norte-americano «Massachusetts», o velho paquete francês soçobrou e, no seu naufrágio, perderam-se 26 vidas. Reemergida em 1945, a sua carcaça foi vendida para demolição. Curiosidade : o paquete «Porthos» é referido pela escritora Marguerite Duras nas páginas do seu famoso romance «L'Amant».

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