quarta-feira, 22 de maio de 2013
«VICTOR PLEVEN»
Lançado à água em 1971 pelos estaleiros navais de Gdansk (Polónia), este navio polivalente pertenceu a casa armadora Pleven, de Saint Malo (França). Pesqueiro-fábrica, este navio (então o maior do seu tipo a servir na frota francesa) também tinha capacidades congeladoras, o que lhe permitia largar para campanhas de longa duração. O «Victor Pleven» deslocava 2 413 toneladas e media 90,55 metros de comprimento por 15 metros de boca. O seu calado era de 5,20 metros. Estava equipado com 1 máquina Pielstick com 2 700 cv de potência, que lhe permitia vogar a uma velocidade máxima superior a 14 nós. Este navio, especialmente vocacionado para a captura de bacalhau nos Grandes Bancos, fez, nos seus primeiros anos de actividade entre três e quatro campanhas de pesca nas águas da Terra Nova; mas, em 1992, com a interdição dos mares canadianos às frotas europeias (5 séculos depois da descoberta das suas piscosas águas), a acção do «Victor Pleven» começou a decair, como a de todos os seus congéneres. Em 1994, o navio foi adquirido por Dennis Konnert, fundador do oceanário de Vannes, que quis fazer dele um aquário flutuante. E o navio zarpou do seu porto de registo (Saint Malo) para se submeter, nos estaleiros de Saint Nazaire, a trabalhos de transformação. Que nunca foram feitos. Depois de ter passado algum tempo no porto de Lorient, onde serviu como navio-museu, o «Victor Pleven» transitou de mão em mão e de projecto para projecto sem que se vislumbrasse uma situação final digna para este grande navio de trabalho. Até que, em Junho de 2008, o seu proprietário da época -a associação Cap Lorient- decidiu vendê-lo, por 1 euro simbólico, a um sucateiro belga para que este procedesse ao seu desmantelamento. E assim desapareceu, ingloriamente, um navio emblemático da frota pesqueira francesa; que após o fim da epopeia do bacalhau, ainda exerceu a sua faina em águas da Islândia e da Noruega, numa tentativa desesperada para lhe prolongar a vida para lá dos 20 anos de bons e leais serviços que prestara ao seus armador, à sua equipagem (que sempre conduziu a bom porto sã e salva) e à economia do seu país.
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