quarta-feira, 22 de maio de 2013

«OLYMPIC BRAVERY»

Este petroleiro de bandeira liberiana (pavilhão de conveniência) deslocava 280 000 toneladas e media 343 metros de comprimento por 52 metros de boca. Pertenceu à sociedade armadora Olympic Maritime, sedeada em Monte Carlo. O navio foi lançado à água no ano de 1975 pelos estaleiros navais de Saint Nazaire, que, ao tempo, se chamavam Chantiers de l'Atlantique. A celebridade deste navio advém-lhe do facto de ele ter sido o triste protagonista de um naufrágio ocorrido na baía de Yuzin (costa norte da ilha francesa de Ouessant) no dia 24 de Janeiro de 1976. O navio era, então, novinho em folha e o desastre nada teve a ver, pois, com o seu estado de conservação. O acidente foi atribuído a falhas das máquinas, mas os jornais da época acusaram o armador de ter provocado voluntariamente a perda deste gigante dos mares, para receber chorudas indemnizações por parte das seguradoras. Isso, pelo facto de, em meados dos anos 70 do passado século, se ter verificado uma grave crise nos transportes marítimos. A poluição provocada pelo naufrágio foi limitada, devido ao facto do navio (que se dirigia de Brest para o fiorde norueguês de Forsund, onde deveria ser colocado em reserva, por falta de frete) ter os tanques vazios. Ainda assim, o «Olympic Bravery» deixou escapar 1 200 toneladas de fuel de propulsão, que foram o prenúncio de catástrofes futuras de maiores dimensões e de mais trágicas consequências. Quatro homens da aeronaval francesa, membros da tripulação de um helicóptero, perderam a vida, durante um voo de reconhecimento sobre o local do encalhe do petroleiro. Os restos do navio encontram-se a cerca de 100 metros da costa de Ouessant, a uma profundidade que oscila entre os 10 e os 35 metros. Um clube de mergulho desportivo local organiza visitas aos destroços do «Olympic Bravery», que são os mais importantes do mundo (pelo seu volume) acessíveis com escafandro autónomo.

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