terça-feira, 23 de julho de 2013

«NOTRE-DAME DU VERGER»

Veleiro francês de 3 mastros, com casco em madeira, construído num estaleiro de Saint Malo (Bretanha) em 1909. Com 227 toneladas de arqueação bruta, este navio -concebido para a pesca do bacalhau nos Grandes Bancos da Terra Nova- estava registado no porto de Cancale. Depois de uma interrupção da sua actividade natural em 1914, por causa do perigo representado pelos submarinos alemães, o «Notre-Dame du Verger» foi fretado pela firma Montains, de Swansea, e fez uma viagem para Lisboa em finais do ano de 1916. A 2 de Janeiro de 1917, depois de ter zarpado da capital portuguesa, este veleiro gaulês -que tinha uma equipagem de 8 homens, colocados sob o comando do mestre Benoit Chevalier- foi interceptado pelo submarino germânico «UC-37» (que se encontrava sob as ordens de um oficial de nome Otto Launburg) e afundado com o recurso a duas bombas incendiárias. Antes disso, a tripulação do veleiro gaulês fora submetida a um interrogatório pelos seus captores e intimada a abandonar o navio num dos salva-vidas de bordo. Os náufragos do «Notre-Dame du Verger» aportaram a Cascais às 6 horas da manhã do dia seguinte, onde receberam apoio moral e sanitário. Curiosidade : o «UC-37» afundara na véspera, ao largo de Leixões, o navio norueguês «Britannic». E, no próprio dia da destruição do «Notre-Dame du Verger», é-lhe atribuído também o afundamento de duas embarcações de bandeira grega. Estes incidentes mostram como a arma submarina tudesca continuava a ser de uma terrível eficácia no último ano de um conflito, que haveria de terminar, oficialmente, às 11 horas do dia 11 de Novembro de 1918. Com a vitória das nações inimigas da Alemanha imperial. Nota final : a imagem publicada mostra um navio similar ao bacalhoeiro em apreço, saindo do porto de Granville, na Normandia.

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