segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

«MARIA DAS FLORES»


Lugre-motor de bandeira portuguesa. Foi construído no estaleiro do Bico da Murtosa por José Maria Lopes de Almeida, de Pardilhó, e lançado à água no dia 18 de Fevereiro de 1946. Com perto de 700 toneladas de deslocamento e com uma capacidade de carga para 10 000 quintais de bacalhau, este belo navio de 3 mastros e com casco em madeira apresentava as seguintes dimensões : 50 metros de comprimento; 10,30 metros de boca; 4,85 metros de pontal. Estava equipado com 1 máquina propulsiva de 340 h.p. e com 2 motores de menor potência, que proporcionavam energia à sua câmara frigorífica e à rede interna de luz eléctrica. O «Maria das Flores» acolhia uma tripulação permanente de 11 tripulantes e uma companha de 50 pescadores, que utilizavam 57 dóris no seu duro labor. Este lugre-motor tinha linhas modernas, que se caracterizavam pelo seu casco de alto bordo nas extremidades; que rompiam com o desenho dos bacalhoeiros construídos antes e durante o período da 2ª Guerra Mundial e que se distinguiam pelo seu costado baixo e corrido.  A vida deste navio começou de maneira atribulada, já que, em inícios do mês de Abril desse ano de 1946, encalhou na ria de Aveiro, onde esteve imobilizado até 10 de Maio. Mas, ainda assim, o «Maria das Flores» (que pertenceu, sucessivamente, ao armador João Carlos Tavares e à Empresa Comercial e Industrial de Pesca) pôde participar na campanha de pesca desse ano. A partir daí a sua história foi mais calma, cumprindo, para satisfação de todos, a tarefa que justificou a sua realização no imediato pós-guerra. O «Maria das Flores» continuou a pescar nas águas do Atlântico norte, até que –a 18 de Setembro de 1958- naufragou com água aberta no banco Eastern Shoals (Terra Nova, Canadá). Por essa altura, o navio já havia completado a sua carga de pescado e preparava-se para voltar a Portugal. O afundamento do «Maria das Flores» foi ocasionado por ventos ciclónicos. A sua tripulação foi salva pelo navio-motor «Lousado», do mesmo armador.

Sem comentários:

Enviar um comentário