quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
«CAMPOS»
Navio misto (passageiros/carga) de bandeira brasileira. Construído em 1895 nos estaleiros Blohm und Voss, de Hamburgo, este navio usou, até 1917,o nome de Asuncion» e pertenceu (durante 22 anos) à companhia germânica Hamburg Sud. Serviu na linha Europa-América do sul, marcando presença frequente nos portos do estuário do Prata e de Santos, na costa paulistana. Geralmente, levava emigrantes e produtos manufacrurados na Europa para o outro lado do Atlântico e de lá trazia, essencialmente, café e algodão. Encontrava-se no porto de Santos quando, em 1914, rebentou a primeira guerra de dimensão planetária. E, por essa altura, o seu capitão recebeu ordens para o manter a navegar no litoral brasileiro e de cooperar com navios da armada do 'kaiser', que por ali cumpriam missõões de guerra contra as frotas mercantes dos inimigos da Alemanha. Foi, assim, que, durante algum tempo, o «Asuncion» serviu de abastecedor e de informador dos cruzadores «Karlsrhue» e «Kronprinz Wilhelm». Tendo até transferido, para portos do Brasil e por conta do primeiro desses vasos de guerra, pessoas capturadas aquando das suas operações no Atlântico. Temendo que a sua neutralidade fosse posta em causa, o governo brasileiro intimou o «Asuncion» a recolher ao porto de Belém do Pará. Onde, as autoridades brasileiras o confiscaram, a 1 de Junho de 1917, depois de terem rompido relações diplomáticas com a Alemanha Imperial. Registado localmente com o nome de «Campos», este navio foi entregue à companhia Lloyd Brasileiro, que o conservou (nas sua linhas de cabotagem) mais 26 anos. O «Campos» era um navio com 4 663 toneladas de arqueação bruta, que media 114,60 metros de comprimento por 14,10 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por máquinas a vapor de quádrupla expansão, que lhe garantiam uma velocidade de cruzeiro superior a 10 nós. Estava equipado para transportar carga geral e dispunha de instalações aptas a receber 460 passageiros. A sua tripulação era de 50/60 membros. A sua longa carreira terminou no dia 23 de Outubro de 1943, quando o «Campos» navegava entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul e foi surpreendido (no litoral de São Paulo) pelo submarino alemão «U-170», comandado pelo capitão-tenente Gunther Pfeffer. Alvejado, este mercante brasileiro recebeu dois torpedos no bojo e afundou-se irremediavelmente. No naufrágio do «Campos», que navegava vazio e com equipagem mínima, perderam a vida 12 pessoas. Foi o derradeiro navio mercante de bandeira brasileira a sucumbir aos ataques perniciosos dos submersíveis tudescos.
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