terça-feira, 18 de julho de 2017

«HIGHLAND HOPE»

Paquete de bandeira britânica, pertencente à frota da companhia Nelson Line; que foi fundada em 1880 com o primeiro intuito de explorar o negócio de transporte de carne congelada da Argentina para os mercados europeus. Construído nos estaleiros da firma Harland & Wolff de Belfast (Irlanda do Norte) em 1930, o «Highland Hope» era um navio que também transportava correio e passageiros. Neste último domínio, refira-se que tinha capacidade para receber a bordo mais de 700 pessoas, que eram, na sua quase generalidade, emigrantes com destino ao Brasil e à Argentina. A sua arqueação bruta era de 14 129 toneladas e o navio media 159 metros de comprimento por 21,20 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas diesel, desenvolvendo uma potência de 2 190 nhp, que lhe permitia avançar à velocidade de cruzeiro de 16 nós. O «Highland Hope» foi colocado numa linha que ligava Londres a Buenos Aires, com escalas nos portos de Boulogne-sur-Mer, Vigo, Lisboa (acessoriamente) e Rio de Janeiro. No dia 19 de Novembro de 1930, quando ainda não completara 1 ano de serviço, este paquete britânico (com 550 passageiros e tripulantes a bordo) foi despedaçar-se contra os Farilhões -perto de Peniche- devido ao nevoeiro e, ao que tudo indica, a um grosseiro erro de navegação. Alertados pelo tremendo estrondo provocado pelo encalhe, os penicheiros que por ali pescavam nas suas frágeis embarcações, dirijiram-se para o lugar do sinistro, logrando salvar todos os náufragos. Acto que seria, mais tarde, reconhecido e recompensado com diplomas e medalhas pelo governo de Sua Majestade. O navio, considerado irremediavelmente perdido, pelo armador e respectiva companhia de seguros, foi depois pilhado pelos pescadores locais, que dele sacaram objectos de pequena dimensão, que ainda hoje existem e são mostrados como troféus. Um empresa de salvados recuperaria, quando as condições do mar lhe permitiram o acesso à carcaça do malfadado «Highland Hope», metais não ferrosos e outros materiais com algum valor comercial. De modo que aquilo que hoje resta do navio (que já passou cerca de 90 anos no fundo do mar) é pouca coisa (um amontoado de chapas e ferros retorcidos), que apenas representa um espólio para os arqueólogos subaquáticos e para os curiosos da História Marítima. Curiosamente, o navio que foi mandado construir para substituir o navio aqui em apreço, foi, também ele, vítima de um destino infeliz. Com efeito, o «Highlant Patriot» foi afundado -no dia 1 de Outubro de 1940- pelo submarino alemão «U-38». Só que aqueles que nele viajavam não tiveram a mesma sorte dos que se encontravam a bordo do seu predecessor. 140 morreram...

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