Paquete de bandeira britânica, mandado construir pela P & O (Peninsular and Oriental Steam Navigation Company) aos estaleiros da firma Harland and Wolff Ltd, de Belfast. O seu nom faz referência à cidade indiana de Multan, mas também a um navio do seu armador afundado por fogo inimigo durante a Grande Guerra. O novo «Mooltan» apresentava uma arqueação bruta de 20 847 toneladas e media 183 metros de comprimento por 22,40 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por um grupo de máquinas a vapor de quádrupla expansão, desenvolvendo uma potência de de 15 300 shp. Este navio dispunha de 5 convezes e podia receber a bordo mais de 650 passageiros, entre os quais 327 em camarotes de 1ª classe. A sua equipagem era constituída por 420 membros. Colocado nas linhas do Oriente e da Austrália, este navio (cuja rota passava pelo Mediterrâneo e pelo canal de Suez) partiu para a sua viagem inaugural no dia 5 de Outubro de 1923. Em 1929 foi alvo de grandes trabalhos, durante os quais recebeu nova e mais 'performante' motorização e viu modernizada as instalações dos seus passageiros. Em 1938, o «Moolan» sofreu nova intervenção, para lhe permitir transportar carga refrigerada. Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, em 1939, o navio foi requisitado pelas autoridades militares, a fim de prestar serviço como cruzador auxiliar e eventualmente como transporte de tropas. Foi nessas peníveis circunstâncias que o paquete da P & O recebeu uma completa panóplia de armas, que compreendia canhões, metralhadoras de grosso calibre, peças AA, lança-foguetes e até um balão de barragem, para prevenir ataques aéreos. A bordo também embarcaram unidades militares, nomeadamente de artilheiros. Destacado para as costas ocidentais de África e, mais tarde, para a zona de guerra do Mediterrâneo, é de assinalar o facto deste antigo paquete nunca ter sido tocado por fogo adverso, nem nunca ter perdido um único navio à sua guarda. Embora tenha sido várias vezes alvejado e de ter participado em missões perigosas, como, por exemplo, a Operação Torch, em 1942. Depois da vitória dos Aliados, o navio foi totalmente recondicionado e devolvido à vida civil. Em 1949, quando o «Mooltan» se encontrava na linha Europa-Austrália, ocorreu um surto de varíola a bordo, que obrigou o navio a sujeitar-se a rigorosa quarentena. Período durante o qual morreram 6 passageiros. Em meados de Dezembro de 1953, este navio empreendeu a sua derradeira viagem entre a ilha-continente e a Grã-Bretanha, onde chegou a 7 de Janeiro do ano seguinte. A sua tripulação foi imediatamente transferida para o RMS «Arcadia» e velho navio vendido a um sucateiro, que o mandou desmantelar num estaleiro de Faslane, na Escócia.
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