domingo, 8 de junho de 2014

«VILLE DE MARSEILLE»

O paquete francês «Ville de Marseille» (segundo do nome nos efectivos do seu armador) foi construído nos estaleiros navais da sociedade Forges et Chantiers de la Méditerranée, de La Seyne-sur-Mer. Pertencente à frota da C.G.T. (Compagnie Générale Transatlantique), este navio entrou em serviço em meados do ano de 1951 na linha Bordéus-Casablanca, embora tenha sido projectado inicialmente para realizar carreiras transmediterrânicas. Graças à sua velocidade de cruzeiro de 23 nós, este navio ligava as duas cidades em 48 horas e passou a efectuar uma rotação semanal entre a costa francesa do Atlântico e o norte de África. Em Dezembro de 1951 mudou de nome para «Maroc» e, na Primavera de 1953, foi desviado da sua linha habitual para fazer uma incursão nas águas das Antilhas, em substituição do paquete «Grasse» que a C.G.T. vendera à companhia Canadian Pacific. Regressou -com o seu nome de origem- às linhas entre a Europa e a África do norte em inícios de 1956. Nesse mesmo ano, o paquete foi requisitado pela autoridades militares gaulesas para dar apoio logístico às tropas franco-britânicas implicadas nas operações de Suez. Devolvido à sua condição de transporte passageiros civis, o «Ville de Marseille» regressou (com as cores da CGTM) às linhas do Mediterrâneo ocidental, até ser desclassificado pelo seu derradeiro armador. Vendido a um sucateiro, o navio foi encaminhado para um estaleiro especializado do porto de Bilbau, onde, em 1973, se procedeu ao seu desmantelamento. O navio em apreço apresentava uma arqueação bruta de 9 576 tonéis e media 142 metros de comprimento por 19,45 metros de boca. O seu sistema propulsivo (acoplado a 2 hélices) era constituído por 2 grupos de turbinas Parsons com engrenagens de redução simples e desenvolvia uma potência global de 14 500 cv. Curiosidade : a vida deste paquete, algo atribulada, compreendeu uma colisão acidental (ocorrida em 1960) com o submarino francês «Laubie».

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