terça-feira, 19 de março de 2013

«CONDESTÁVEL»


Este lugre bacalhoeiro –primitivamente chamado «Brilhante»- foi construído, em 1921, por José Lopes Ferreira Maiato, nos estaleiros da Companhia Marítima de Transportes e Pesca, sitos na cidade de Viana do Castelo. O comanditário do navio foi a Sociedade Vianense de Cabotagem, Lda. e o bota-abaixo teve lugar a 5 de Maio desse mesmo ano, na presença de muito povo e do seu primeiro comandante, capitão José Bixirão, natural de Ílhavo. Com 350,67 toneladas de arqueação bruta, este navio media 47,25 metros de comprimento, por 9,97 metros de boca e por 3,82 metros de pontal. Por já não ter tido tempo para se apetrechar e carregar mantimentos e sal, este veleiro de 3 mastros não foi ao bacalhau durante a campanha de 1921, compensando essa perda pela realização de algumas viagens de cariz comercial. Inscrito inicialmente na capitania de Viana do Castelo, o «Brilhante» viu o seu registo ser transferido para o porto de Aveiro em 1922, ano em que mudou de proprietário e passou a pertencer à Sociedade Condestável, Lda.. Que lhe alterou o nome para «Condestável» e o estreou nos Grandes Bancos da Terra Nova nesse mesmo ano. Segundo as parcas informações disponíveis sobre este navio (a não confundir com um seu homónimo de 4 mastros, construído em 1948), o «Condestável» terá naufragado, por alquebramento, em águas biscaínas no ano de 1929. Tendo, todos os seus tripulantes, sido salvos pelo paquete francês «Marrakech» (da Compagnie Générale Transatlantique), que, então, assegurava a carreira Bordéus-Casablanca. Segundo as mesmas escassas fontes, o bacalhoeiro português viajava para as tradicionais zonas de pesca do Canadá, não se percebendo, pois, porque razão se afundou numa posição tão a leste da rota habitual seguida pelos pesqueiros lusos. Curiosidade : não conhecemos nenhuma iconografia referente a este navio. A imagem publicada não representa o navio em apreço, mas a silhueta de um congénere.

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