sexta-feira, 20 de setembro de 2013

«COMMERCE DE MARSEILLE»

O «Commerce de Marseille» (assim chamado para homenagear os negociantes marselheses que financiaram parte da sua construção) foi realizado no arsenal de Toulon, que o lançou ao mar a 7 de Setembro de 1788. Era um navio de linha de 1ª classe, armado com 118 canhões (de distintos calibres) distribuídos por três cobertas. Com 5 095 toneladas de deslocamento, o «Commerce de Marseille» media 65,18 metros e comprimento por 16,24 metros de boca. O seu calado era de 8,12 metros. Estava dotado com 3 mastros, que podiam desfraldar 3 250 m2 de velas; e que proporcionavam ao navio em questão uma velocidade máxima da ordem dos 10 nós. Este navio só foi armado em 1790, ano em que também recebeu a integralidade da sua guarnição de 1 130 homens. O «Commerce de Marseille» deu o seu nome a uma classe de poderosos vasos de guerra, que compreendeu 16 unidades idênticas. Todos eles destinados a servir como navios-almirantes das esquadras francesas operando no Mediterrâneo, no Atlântico e em águas dos territórios coloniais. O «Commerce de Marseille» esteve muito tempo integrado na esquadra do Levante e foi um dos navios que, em Agosto de 1793, tentou resistir (com uma guarnição diminuta e mal comandada) à frota anglo-espanhola do almirante Hood, que tomou Toulon; onde se apoderou de material diverso, entre o qual se encontrava o navio em apreço. Muito estimado pelos especialistas do almirantado britânico, foi assim considerado : «vaso de linhas excepcionalmente finas, é um bom navio de alto mar. (...) Apesar das suas dimensões, navega como uma fragata e é bastante estável. Poucos se lhe comparam, é um notável navio, seguro e fácil de governar». Já a navegar com pavilhão britânico, o «Commerce de Marseille» esteve um tempo baseado em Portsmouth, sendo depois transferido para as Caraíbas; onde, em 1795, sofreu graves avarias na sequência de uma violenta tempestade tropical. Transformado, sucessivamente, em armazém flutuante e navio-prisão, este antigo navio francês (que serviu, simultaneamente, as armadas reais e republicanas) foi desactivado em inícios do século XIX e desmantelado em 1802.

Sem comentários:

Enviar um comentário