domingo, 30 de novembro de 2014

«IMPERIAL MARINHEIRO»

Este navio fez parte da armada imperial brasileira entre 1884 e 1887. Foi construído no estaleiro naval da Ponta da Areia, Niterói, que o lançou ao mar no dia 20 de Junho de 1883. O primeiro comandante deste cruzador de propulsão mista (velas/vapor) foi o capitão-tenente José Bitor de Lamare. A notabilidade deste navio adveio-lhe do facto de ter protagonizado um dramático naufrágio -no qual se perdeu- perto da embocadura do rio Doce (junto à vila de Regência, na então província do Espírito Santo), na madrugada de 7 de Setembro de 1887; quando já se encontrava sob o mando de um outro oficial : o capitão-tenente João Carlos da Fonseca Pereira Pinto. O «Imperial Marinheiro», que partira da sua base do Rio de Janeiro dois dias antes, numa missão de carácter hidrográfico (que consistia em sondar o banco Marajó, em Abrolhos), encalhou devido ao mau tempo. Um escaler com uma equipa de 12 homens foi mandada a terra procurar socorro, mas a sua pequena embarcação estilhaçou-se e sofreu um morto. Os restantes marinheiros conseguiram juntar uma equipa de resgate, que logrou salvar (em condições muito difíceis) 128 membros da guarnição do cruzador. Feito o balanço da tragédia, foram contabilizados 14 mortos : 12 marinheiros, 1 oficial e um guarda-marinha. O «Imperial Marinheiro», que tinha casco em madeira, era uma galera de 3 mastros. Deslocava 726 toneladas e media 62,12 metros de comprimento por 8,24 metros de boca. O seu calado era de 3,40 metros. Além do seu aparelho vélico, este navio dispunha de 1 máquina a vapor de tríplice expansão, desenvolvendo uma força de 750 hp. A sua velocidade máxima era de 11 nós. Estava armado com 7 canhões e com 4 metralhadoras. Curiosidade : uma moderna corveta da armada do Brasil usou, igualmente, o nome de «Imperial Marinheiro».

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